Mesmo após o pedido de recuperação judicial feito nos Estados Unidos, a Sun Edison mantém a aposta no mercado brasileiro. A empresa continua operando normalmente no país e a América Latina é uma das áreas que ela tem o maior interesse em se expandir. "Essa recuperação judicial é para posicionar melhor a companhia para o futuro", afirma Luiz Pita, gerente geral da empresa no Brasil. Ele considera o país como mercado prioritário e acredita que após o processo, a empresa poderá seguir mais forte para o futuro.
Em comunicado distribuído pela matriz da empresa na última quinta-feira 21 de abril, ao mercado, o diretor-executivo da empresa, Ahmad Chalita, considerou a decisão da recuperação judicial como um passo difícil, mas importante para resolver os problemas de liquidez da SunEdison. Segundo ele, isso vai fazer com que a empresa possa dimensionar corretamente o seu balanço e reduzir a dívida. A empresa negocia um financiamento de US$ 300 milhões através de um consórcio de credores para apoiar as suas operações durante a reorganização. O dinheiro vai entre outras ações, para os projetos em andamento no mundo, o pagamento de funcionários e o dos fornecedores.
Os projetos solares que a empresa viabilizou no país seguem seu cronograma. "Tanto projetos solares quanto geração distribuída são duas atividades que a empresa continua fazendo o mesmo que fazia até ontem no Brasil", revela. A SunEdison viabilizou em leilão realizado no ano passado 119,3 MW em quatro usinas solares na Bahia. Ela também tem ainda projetos em parceria com a Renova Energia, que são alvos de um pedido de adiamento de prazo da implantação para o órgão regulador. Como o Brasil é um mercado estratégico para a empresa, a intenção inicial não é a de vender ativos desse tipo no país. Mas segundo Pita, uma ação nessa direção não está totalmente descartada. "Se tivermos uma oferta boa, até consideramos vender. Estamos avaliando o melhor modo de aumentar o valor de vários ativos ", avisa.
A TerraForm, empresa operadora de usinas renováveis da SunEdison que no ano passado adquiriu participação em projetos da Renova Energia e rescindiu o contrato este ano, não foi incluída na recuperação judicial. As empresas são independentes, segundo Pita. Sobre a instalação de fábricas de equipamentos no país, os estudos continuam. Sem confirmar se isso sofreria algum tipo de atraso por conta da recuperação, o gerente da empresa lembrou que nenhum dos grandes fabricantes internacionais anunciou a construção de fábricas no Brasil, o que dá tempo para a empresa.