Com o objetivo de auxiliar as utilities a coibir as suas perdas internas, a We Do Technologies está mirando nas empresas do setor elétrico como mercado. Já atuante no ramo de telecomunicações, ela criou uma solução por meio de uma solução de Enterprise Business Assurance que permite endereçar os problemas que as empresas apresentam. "Ela observa dados que existem em todos os processos das empresas para garantir que todos eles estão funcionando direito para não haver perdas", explica Miguel Mendes, diretor da empresa.
O executivo conta que a We Do já tem como clientes no Brasil a Cemig (MG) e a EDP, que controla a Bandeirante (SP) e a Escelsa (ES). Na EDP, foi feito um projeto chamado "blindagem do faturamento", que cria um processo para garantir que todos os consumidores ativos sejam realmente faturados e que a totalidade dos itens que compõem a conta esteja presente nas faturas. Nele, todos os clientes ativos são realmente faturados, com nenhum ficando excluído. O projeto também garante que todos os itens que devem constar na fatura, como consumo, encargos e impostos, estejam inseridos na cobrança.
As utilities geralmente já possuem algum mecanismo de controle das perdas. Porém a maioria desses sistemas se utiliza de dados amostrais ou que são limitados. Elas precisam de análise de dados em tempo real e de monitoramento do processo. Na Europa, a empresa já planeja uma integração que seja capaz de permitir que os dados aferidos pela medição inteligente sejam integrados aos da solução. Isso vai permitir uma ampliação da base de dados das distribuidoras. "Com o smart grid, elas vão ter que processar muito mais dados e é um desafio que estão enfrentando, por causa do grande volume de dados", frisa.
O executivo da We Do conta que as empresas do setor elétrico, por conta da atual situação econômica do país e da restrição de acesso ao crédito, querem garantir todas as margens asseguradas no seu ciclo comercial. "Todos os processos são complexos dentro de uma distribuidora, envolvem muitas pessoas, processos diferentes e sistemas", avisa. A empresa consegue agregar esses dados e os insere de forma correta, trazendo responsabilidade organizacional e um monitoramento de desempenho eficaz.
Ainda de acordo com Mendes, a We Do conseguiu elaborar uma solução de fácil compreensão sobre um tema que é capital para as distribuidoras. No Brasil desde 2001, ele considera o Brasil um mercado chave para a empresa. Além das concessionárias de serviços públicos, as empresas de seguro e duty frees. "Acreditamos que vão existir muitas oportunidades e negócios consistentes e sustentáveis ao longo dos anos", conclui.