Cinco dias após a Cteep pedir publicamente urgência na questão das indenizações das concessões, o governo, coincidentemente, publicou as regras para o pagamento dos valores na última sexta-feira, 22 de abril. A companhia se manteve afastada dos leilões de transmissão enquanto aguardava uma definição sobre como seus ativos construídos antes do ano de 2000 seriam efetivamente indenizados. Agora com as condições de pagamento mais claras, a Cteep começa a mudar o discurso e ensaia um possível retorno aos leilões. 
 
"A publicação da portaria soluciona a última pendência do processo de prorrogação das concessões e permite à Cteep iniciar um novo ciclo de planejamento de longo prazo para o seu plano de crescimento. Com os recursos e oportunidades de alocação às taxas atrativas, é possível que a companhia realize novos investimentos, desde que façam sentido do ponto de vista estratégico da empresa e de seus acionistas", escreveu em nota à Agência CanalEnergia.
 
Pela regra, as indenizações começam a ser pagas no próximo ano, ao invés de 2019 como inicialmente havia se comentando nos bastidores do setor. Os valores que as empresas terão direito são aqueles homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica, com data base de dezembro de 2012. As indenizações serão atualizadas monetariamente. Os recursos para o pagamento virão via cobrança na tarifa dos consumidores, diluído em 8 anos.  O ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana estima que o impacto na tarifa será entre 1% e 1,5%.
 
Uma das principais companhias privadas do setor de energia elétrica, a ausência da Cteep, assim como a de outros agentes, tem contribuído para o insucesso dos certames de transmissão, que a partir de 2013 passou a ter uma série de lotes sem interessados. Quando houve o processo de renovação das concessões em 2012, o governo, para garantir uma maior adesão a proposta, prometeu indenizar, inclusive, os ativos anteriores ao ano de 2000, que a princípio haviam sido considerados como totalmente amortizados pelo governo. Essa mudança de postura do governou foi decisiva para que as empresas aceitassem renovar os contratos nas condições propostas. A Cteep opera 18.500 km de linhas de transmissão e 21 subestações em 16 estados brasileiros.