A CEEE quer melhorar sua performance, principalmente na distribuidora, que em 2015 amargou um prejuízo de R$ 514,2 milhões. Na geração, a empresa conseguiu reverter um resultado negativo de R$ 280 milhões em 2014 e fechar o ano passado com lucro de R$ 85 milhões. Paulo de Tarso, presidente do grupo CEEE, diz que a companhia tem feito esforços para que a distribuidora do grupo volte a ter equilíbrio econômico-financeiro e resultados positivos, assim como aconteceu com o braço de geração.
Segundo ele, dentro de um processo de gestão, a empresa está buscando corrigir distorções orçamentárias e, para isso, criou um comitê de racionalização de gastos. "Esse comitê ajudou a trazer a companhia para um realismo orçamentário e aí temos que considerar também o cenário externo de restrição na alavancagem de recursos", comentou Tarso em entrevista à Agência CanalEnergia. A empresa, continua o executivo, teve uma redução no custo operacional em torno de 20%.
No entanto, na distribuidora, apesar do crescimento da receita ter sido de 18%, o aumento nos custos chegou a 28%. "Isso significa que a parcela A não exerceu neutralidade. É por ela que se forma a capacidade de recursos da companhia e ela acabou trazendo um impacto negativo", apontou o presidente da empresa. Ele avalia que o atual modelo do setor já está apresentando sintomas de estressamento e não está mais respondendo a necessidade das empresas. O aumento nos custos na CEEE, afirma, vem principalmente da energia comprada de Itaipu, que é cotada em dólar.
"O esforço que se fez no sentido de buscar uma melhoria não foi suficientemente forte para enfrentar a conjuntura do setor elétrico no que se refere a distribuição", avaliou. Já na geração, os resultados foram diferentes. Apesar da Receita Operacional Líquida ter caído 8%, a empresa conseguiu reduzir em 14% os custos. "Aqui, os esforços de gestão que foram feitos para o grupo como um todo conseguiram mostrar resultados efetivos", celebrou.
Nos indicadores técnicos, a CEEE pode comemorar. A Agência Nacional de Energia Elétrica reconheceu que a companhia foi a que mais reduziu o desempenho global de continuidade. No levantamento de 2015, segundo Tarso, a companhia reduziu o DGC em 30% com relação a 2014 e foi considerada a empresa que mais reduziu os indicadores de interrupção e duração – FEC e DEC. "Os efeitos da gestão trouxeram alguns resultados positivos na área técnica, mas ainda assim insensíveis para a CEEE-D devido a crise que o setor está", declarou.
Tarso comentou ainda que a distribuidora está 10% sobrecontratada. Até 5% de sobrecontratação, as distribuidoras podem repassar os custos para a tarifa dos consumidores. O restante é prejuízo da empresa. Mesmo com esse nível alto de sobrecontratação, Tarso diz que a situação da empresa não é das piores. "Há um dado da Abradee que mostra que 80% das distribuidoras estão sobrecontratadas em mais de 110%", disse.