A Eletrobras espera reverter, até 2018, a perda anual em torno de R$ 500 milhões com o furto de energia nas distribuidoras do grupo que atendem os estados de Alagoas, Piauí, Amazonas, Rondonia, Roraima e Acre. Para atingir essa meta, a estatal investiu R$ 260 milhões em um sistema de monitoramento remoto de unidades consumidoras, feito a partir do Centro de Inteligência da Medição instalado em Brasília. 

Resultante de um projeto conjunto com o Banco Mundial, o CIM foi inaugurado nesta terça-feira, 26 de abril, com a presença do ministro de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida Martins. Nessa etapa inicial, 11 mil medidores eletrônicos de grandes consumidores já estão conectados à central, e a perspectiva de chegar a 15 mil unidades nos próximos dois meses. A troca dos equipamentos será feita paulatinamente, e a meta é substituir 150 mil medidores de clientes que representam 65% do consumo, até março de 2017.  
 
O sistema instalado pelo consórcio Energia + Smart, formado pela Siemens, Itron e Telemont, tem capacidade para monitorar até 600 mil unidades consumidoras. Ele identifica com rapidez alterações no consumo de energia que possam indicar possíveis fraudes a qualquer hora do dia. Mas o monitoramento só é possível em áreas com cobertura do serviço de telefonia celular.
 
“Na parte dos grandes consumidores ele praticamente protege a arrecadação”, afirma o diretor Comercial das Distribuidoras, Luiz Armando Crestana. A partir do mês que vem, a troca de equipamentos de medição será iniciado nas unidades consumidoras conectadas em baixa tensão. As perdas das distribuidoras Eletrobras com fraudes nos medidores de energia é, em média, de 32%. Grande parte dos desvios é atribuída à urbanização desordenada, principalmente na região de Manaus (AM), com a ocupação de áreas às quais até mesmo a polícia tem dificuldades de acesso.
 
Para o diretor, a existência de uma central de medição não será impeditivo em uma eventual privatização das empresas, já que o sistema é replicado  nas seis distribuidoras do grupo. Nenhuma delas renovou ainda o contrato de concessão, o que será um primeiro passo para uma futura transferência de controle a investidores privados. O monitoramento em tempo real terá também, segundo Crestana, impactos positivos sobre os indicadores de qualidade que medem a duração (DEC) e a frequência (FEC) das interrupções no fornecimento de energia elétrica em cada área de concessão. Ele vai fornecer informações úteis para o planejamento de expansão e a modernização da rede.