A carga de energia do Sistema Interligado Nacional deverá cair 2,4% em 2016, de acordo com a 1ª Revisão Quadrimestral de previsões de carga para o Planejamento Anual da Operação Energética 2016-2020, elaborada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética. Com a retração, a carga deverá ser 1.581 MW médios inferior à verificada em 2015, situando-se em 64.573 MW médios. A expectativa é que a queda ocorra com maior intensidade nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
Para o período 2016-2020, prevê-se um crescimento médio anual da carga de energia no SIN de 4% ao ano, significando uma expansão média anual de 2.725 MW médios. No período de janeiro a maio deste ano, a expectativa é de que haja uma variação negativa da carga em torno de 0,6% sobre igual período de 2015. "O efeito das temperaturas acima da média neste verão, em contraste com as mais amenas registradas em 2015, compensou o baixo desempenho da indústria, sobretudo no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está concentrada cerca de 60% da carga industrial do país", apontou o relatório.
Nos subsistemas SE/CO e Sul, a carga apresentou variações negativas de, respectivamente, 1% e 1,6% no período janeiro-maio de 2016, principalmente em função do baixo desempenho da indústria. No Norte, a carga apresentou crescimento de 3,7%, influenciada pela interligação do sistema Macapá que, a partir do mês de outubro de 2015, já se encontra totalmente interligado ao SIN. No Nordeste também houve avanço de 1,9% no período, principalmente como resultado do comportamento do consumo das classes residencial e comercial.
Com relação ao consumo, segundo as novas projeções, haverá uma retração de 0,2% no SIN, explicado pelas taxas de variação das classes residencial, de 2,5%; industrial, de -4,5%; comercial, de 2,8%; e outros, de 1,2%. No período entre 2016 e 2020, a taxa média anual alcançará 4,1%. Espera-se que o consumo industrial no SIN nesse período observe taxa média de crescimento de 3,9% ao ano. As classes residencial e comercial devem registrar valores de aproximadamente 4% e 4,4%.
De acordo com a EPE e o ONS, as projeções serão consideradas como um das premissas para a atualização da base de dados do Planejamento Anual da Operação Energética 2016-2020 a ser utilizada a partir do PMO de maio. As projeções de carga foram atualizadas tomando como base a avaliação da conjuntura econômica e do monitoramento de mercado ao longo do ano de 2015. A taxa de investimento apresentou dois anos seguidos de retração – 2014 e 2015 – e a expectativa é que haja nova queda em 2016 dada a baixa confiança dos empresários.
A despeito da conjuntura adversa, é esperada uma leve recuperação da economia em 2017, seguida de um crescimento mais forte a partir de 2018. Quanto ao PIB, é esperada uma queda de 3% em 2016, enquanto que para os anos seguintes a perspectiva é de crescimento gradual, resultando em uma taxa média de crescimento do PIB no período 2016-2020 de 2,4% ao ano.