A Abengoa Bioenergia Brasil, subsidiária da espanhola Abengoa, em recuperação judicial, atualizou nesta quarta-feira, 27 de abril, o estágio das negociações da reestruturação financeira da companhia. A empresa informou que houve avanços nas conversas com fornecedores e bancos e estima uma produção de 485.000 toneladas de açúcar, 170.000 m³ de etanol e 557.000 MWh de energia neste ano.
Segundo a Abengoa, foi apresentado aos fornecedores de cana um plano que garante a continuidade dos pagamentos referentes a 2015 e, simultaneamente, toda operação para o trabalho ao longo deste ano. Esse plano foi apresentado para as entidades representativas do setor sucroalcooleiro, como também individualmente aos fornecedores de cana. Já com os bancos, a Abengoa também avalia que houve um avanço e as negociações vão prosseguir nas próximas semanas.
“Com os acordos feitos no início do ano, fechados e cumpridos neste mês de abril, conseguimos avançar nas negociações com os fornecedores de cana. Com isso, tenho certeza, teremos tranquilidade para trabalhar a safra 2016. O nosso plano de reestruturação, em todas as áreas, está avançando dentro do esperado. Os fornecedores de cana estão aceitando em sua grande maioria nossa proposta de pagamentos referente a 2015. Acreditamos que conseguiremos ultrapassar todos os obstáculos que estamos enfrentando e, a partir de 2017, iniciaremos um período de crescimento de nossas usinas”, projeta o diretor da companhia, Rogério Ribeiro Abreu dos Santos.
Esse empenho nas negociações com os produtores de cana, ressalta Abreu dos Santos, também reflete nas tentativas de acordos com as instituições financeiras. “É evidente que a confiança e garantia da continuidade dos nossos fornecedores conosco, e a projeção de uma boa safra, refletem em nossas negociações com os bancos, independentemente do seu porte no mercado financeiro.”
O planejamento da Abengoa para a safra deste ano é atingir a moagem de 5.860.000 toneladas de cana, superior ao total de 5.846.000 toneladas registrado em 2015. “Para um futuro próximo, está em nosso plano também a implantação de um projeto de etanol de segunda geração (2G)”, revela Abreu dos Santos.
Com esse planejamento estabelecido e já em andamento, a empresa descarta a possibilidade de demissões fora normalidade. “Como não paramos a moagem total depois de dezembro, nossa contratação de mão de obra não foi muito alta. Mantivemos uma estrutura mínima para a operação em uma usina e agora estamos preparando as equipes para trabalharmos completos a partir de maio nas duas unidades.”