O presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, manteve para o final de 2020 a previsão de entrada em operação comercial da usina de Angra 3. Atualmente, as obras da usina estão paralisadas por conta de investigações no âmbito da operação lava jato e também, segundo ele, por problemas de financiamento, entre outras questões.
Figueiredo comentou que as obras da usina só serão retomadas quando as investigações que estão sendo feitas internamente terminarem; quando ficar provado que o orçamento da usina é razoável e, para isso, foi contratada a consultoria Deloitte; e quando forem cancelados os contratos considerados fraudulentos. "Já estamos cancelando esses contratos", disse o executivo que participou nesta quarta-feira, 27 de abril, do lançamento do caderno de Energia Nuclear da FGV Energia.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, disse que está confiante na retomada das obras. "A Eletrobras está chegando ao final dessas investigações e devemos retomar a obra", apontou.
Figueiredo, da Eletronuclear, afirmou ainda que a usina nuclear é essencial para equilibrar uma matriz que contará cada vez mais com fontes como eólica e solar, mas que o modelo de construção das nucleares está ultrapassado. "Não tem condições de demorar 20 anos para construir uma usina", comentou. Figueiredo disse ainda que a Eletronuclear está fazendo estudos para estender a vida útil de Angra 1 para 60 anos. "Nos Estados Unidos já há estudos para estender por 80 anos", afirmou.