A CER Energia é uma geradora paranaense que surgiu em 2010 e se auto classifica como uma empresa de médio porte para o setor elétrico. Originada de um grupo de investidores reunidos em um Fundo de Investimentos e Participações entrou no setor por meio do aporte em uma PCH no estado de origem e agora possui mais 68 MW em parques eólicos que começaram a operação comercial há pouco mais de 10 dias na Bahia. A empresa possui 524 MW contratados até o momento e planeja avançar mais ainda no mercado desde que o tripé leilões de reserva, financiamento e linhas de transmissão esteja disponível para o mercado.

Segundo o CEO da empresa, Luiz Fernando Cordeiro, o foco inicial da organização estava em aproveitar as oportunidades e o potencial de geração no estado do Paraná em PCHs. Mas, com a paralisia que marcou o setor nos anos seguintes, passaram desenvolver projetos eólicos, já que a companhia tem nas fontes renováveis o seu negócio.
“Não conseguimos entrar no leilão de fontes alternativas de 2009, chegamos na Chapada Diamantina em 2010 e começamos os estudos e medições eólicas de três anos, por isso entramos no leilão de reserva de 2013 com esses parques que entraram em operação. Nesse mesmo ano entramos com 166 MW no A-5, com 240 MW no LER de 2014 e com 50 MW no A-5 de 2014”, detalhou o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
Os planos da empresa não param nessas duas fontes. A CER chegou a cadastrar projetos solares fotovoltaicos, mas não constituíram a garantia por conta do receio de que o BNDES não garantisse os recursos para o investimento e que poderia levar à necessidade buscar equipamentos importados, e assim, ficar exposta ao risco cambial. Agora, conta ele, para o leilão de reserva de outubro o cenário é diferente e avalia que o mercado está mais maduro, bem como a perspectiva de ter os recursos do banco de fomento federal está mais clara com o credenciamento de 17 fabricantes de equipamentos no Finame.
Os projetos solares da CER Energia, contou o CEO, estão no formato de parques híbridos, ou seja, na mesma área em que há os empreendimentos eólicos da empresa. “Acreditamos que a solar fotovoltaica poderá apresentar o mesmo perfil de crescimento que a eólica teve anos atrás. Mas precisamos continuar a solucionar os gargalos do setor com transmissão que deverá chegar a esses novos clusters de expansão da capacidade de geração no Brasil”, destacou Cordeiro.
Pelo próprio perfil da empresa, os investimentos futuros deverão ser conduzidos de maneira disciplinada e a continuidade dos aportes serão feitos por meio de plantas greenfield. Para isso a empresa já possui uma carteira de quase 4 GW em desenvolvimento nas três fontes. Na visão do executivo, todas estas terão espaço para a expansão da matriz elétrica nacional, pois em sua avaliação, o governo já sinalizou que o crescimento da geração deve se dar de forma diversificada e complementar com todas as formas de geração de que o país dispõe.
Apesar dessa visão, avaliou, ainda há desafios importantes a serem enfrentados, além da questão do financiamento e do preço, que aparentemente avançou no último ano, está ainda o estabelecimento de uma agenda de leilões de reserva mais regulares para promover uma política setorial mais clara para essas fontes. Para essas disputas, a empresa espera ter de 200 a 250 MW em projetos competindo nos certames.