Os sócios de Belo Monte deliberaram em assembleia que o conflito envolvendo a venda da energia livre de Belo Monte seja resolvido em arbitragem. De acordo com a Eletrobras, o acordo de acionistas da usina prevê essa medida. Isso porque os sócios avaliam que a Eletrobras tem que adquirir a energia que não foi vendida. No entanto, a estatal entende que não tem essa obrigação.

A energia livre de Belo Monte seria oferecida no leilão A-5 desta sexta-feira, 29 de abril. Entretanto, conforme havia explicado José Aílton de Lima, um dos representantes da Eletrobras no Conselho da Norte Energia, à Agência CanalEnergia, o preço-teto de R$ 115,57/MWh não atendia a necessidade da Norte Energia. Ele explicou que existe uma cláusula no contrato de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social determinando que a energia precisa ser vendida por R$ 185/MWh para que possa ser liberado o financiamento de R$ 2 bilhões.

Para ele, a saída seria cada sócio se comprometer a vender essa energia no varejo, proporcionalmente a sua participação societária no projeto. A energia livre totaliza cerca de 914 MW médios por ano, o que traria um ônus para os sócios entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões considerando os 30 anos do contrato de concessão. A Norte Energia é formada por três empresas do Grupo Eletrobras, por fundos de previdência (Petros e Funcef), pelas empresas Neoenergia, Cemig/Light, Vale/Cemig, além da Sinobras e da J.Malucelli Energia.