Uma das principais empresas de comercialização de energia e de serviços para consumidores livres e geradores do país, o Grupo Delta Energia está otimista com o bom desempenho que o mercado vem apresentando desde o final de 2015. A comercializadora projeta quadruplicar o número de clientes atendidos até 2017, passando dos atuais 300 pontos para 1200 pontos gerenciados. Neste ano, a empresa deu início ao processo de migração de mais de 300 novos pontos, o que por si só já representa um crescimento de 100% em relação a carteira de clientes do ano anterior.
De acordo com Reinaldo Ribas, gerente de Gestão de Clientes do Grupo Delta Energia, os consumidores são atraídos pela possibilidade de reduzir custos com a contratação de energia. Comparando com as tarifas médias praticadas no mercado cativo, disse Ribas, os consumidores conseguem reduções de custo da ordem de 25%, podendo chegar até 30% dependendo da distribuidora em que o cliente estiver conectado. Ele acredita que o atual volume de migração deve continuar pelo menos pelos próximos dois anos, pois a tendência é que as tarifas no mercado cativo continuem crescentes, enquanto as tarifas no mercado livre, dado a recessão econômica, tendem a permanecer em patamares mais competitivos ao longo de 2017.
Até o momento, há 1.093 processos de adesão ao mercado livre em aberto na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, sendo 995 de consumidores especiais e 98 de livres. Nos quatro primeiros meses do ano, foram concluídas 290 adesões, sendo 256 de especiais (0,5 MW e 3 MW) e 34 livres (acima de 3 MW).
Segundo Ribas, essa nova onda de migrações é formada por consumidores com menor consumo, como shopping centers, supermercados, comércios, empresas de serviços e pequenas indústrias que ainda não viam o mercado livre como uma oportunidade de reduzir custos. Ele calcula que haja 10 mil novas unidades consumidores com potencial de migração.
Além disso, há um novo mercado no Brasil com a interligação da cidade de Manaus (AM). "A partir de janeiro deste ano todas as indústrias de lá começaram a ir para o a ACL", disse o representante da Delta, informando que a empresa já estabeleceu escritório na região. A comercializadora reestruturou as áreas comercial e de pós-vendas para aproveitar oportunidades do mercado, dobrando o número de colaboradores.
Os processos de migração têm levado 180 dias (prazo máximo regulatório) por conta da alta demanda. "As distribuidoras estão numa situação bastante complicadas", comentou Ribas, informando que apesar da demora há uma boa relação entre os agentes. Ele explicou também que como a econômica brasileira está em recessão (assim como o consumo), mesmo com uma grande migração ocorrendo neste e no próximo ano vai demorar para o setor notar uma retomada do consumo do mercado livre, já que os novos entrantes não possuem grande demanda. “Para isso afetar de maneira geral o consumo do país, só quando a crise industrial se reverter. Isso vai depender de economia e de política”, concluiu.