A decisão do governo federal, com a portaria 68/2016 do Ministério da Integração Nacional, de ampliar as suas linhas de financiamento dos fundos constitucionais para projetos de energia renovável no Nordeste traz de volta para o setor quem até 2012 tinha participação ativa no crédito de usinas eólicas: o Banco do Nordeste. Agora o banco poderá receber propostas para financiamentos, que poderão usar o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, por meio do Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental. De acordo com o gerente do Ambiente de Políticas de Desenvolvimento, José Rubens Dutra Mota, o banco já está apto a receber propostas para financiamentos do setor elétrico. "A decisão potencializa o desenvolvimento regional, levando em conta as oportunidades que se abrem", afirma. À época, a saída do banco se deu por uma alteração na política de crédito do governo, centralizando o financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A participação dos recursos do FNE poderá ser de até 60% do total do projeto. Os prazos podem ser de até 20 anos para essa fonte de recursos, com a carência chegando a até 8 anos. Os juros oferecidos variam de 9,5% a 12,95%o ano, considerada a possibilidade de bônus de adimplência. Os interessados devem se dirigir até a agência mais próxima, munidos dos documentos necessários ou pedir a visita de um dos gerentes do banco. A previsão é que as contratações do setor elétrico junto aos bancos operadores do fundo tenham um aumento de R$ 1,5 bilhão, da previsão de R$ 26,3 bilhões destinados pelos fundos regionais para investimentos em todos os setores econômicos. Nesta semana, durante evento do setor, em São Paulo, o gerente de Negócios Corporate do BNB, Alberto Oliveira Coqueiro, explicou que após a interrupção, o banco agora voltava para a energia alternativa e que mostrava fôlego para a retomada. "Estamos dispostos a entrar nos parques fotovoltaicos ou em qualquer atividade de energia alternativa", disse ele.

Segundo José Rubens Dutra Mota, a expectativa é que os projetos eólicos e solares representem o maior volume de demandas, devido aos vários parques já instalados na região. Ainda assim, ele considera o banco preparado para atender todos os segmentos previstos, inclusive aos projetos de microgeração de energia. Pela pluralidade de oportunidades em geração de energia no Nordeste, Mota acredita que a linha do banco vai impulsionar a economia da região em um momento de desafio econômico. Ele cita como exemplo o semiárido, que poderá se beneficiar de projetos de energia fotovoltaica. "O Banco do Nordeste está apto a oferecer os diferenciais competitivos do FNE para ampliar financiamentos de geração de energia em nossa área de atuação", avisa.

Essa nova fase abriu o leque de projetos que podem ser financiados pelo BNB. Dessa vez, além das eólicas, usinas solares, PCHs, Biomassa e transmissão, a geração distribuída também está contemplada. A microgeração recebeu atenção do banco, tendo os seus produtos de financiamento aprimorados. "As linhas de financiamento FNE Verde e Pronaf Eco, que podem atender a esse objetivo estão sendo ajustadas para melhor atender às especificidades desse mercado, contribuindo para a expansão da energia solar na matriz energética da região", aponta o gerente do banco.