Um dos empreendimentos de geração de energia mais antigos do Estado do Paraná, a hidrelétrica Chaminé (18 MW) completa 85 anos de operação nesta quarta-feira, 4 de maio. Incorporada pela Copel na década de 1970 junto à Companhia Força e Luz, a usina está localizada na margem esquerda do Rio São João, no município de São José dos Pinhais, em uma área de preservação permanente em meio à Serra do Mar.
Chaminé foi o primeiro grande projeto hidrelétrico do Paraná e teve papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de Curitiba. Para tornar possível a operação da usina, foram construídas duas barragens: a de Vossoroca, mais à montante, que deu origem a um reservatório maior, com função de acumulação; e a de Salto do Meio, com função de regulação.
O diretor da Copel Geração e Transmissão, Sérgio Luiz Lamy, lembrou a relevância histórica da usina, e o desafio de engenharia que representou em uma época em que Curitiba era abastecida de forma precária por usinas térmicas. “Com a segurança de seu abastecimento, Chaminé simplesmente permitiu que Curitiba crescesse, sendo ainda hoje muito importante do ponto de vista econômico e de geração de energia”, destacou. "Além de um ponto turístico da cidade, Chaminé é um marco da história que se preserva em benefício das novas gerações", disse o prefeito de São José dos Pinhais, Luiz Carlos Setim.
Oficialmente inaugurada em março de 1931, Chaminé possuía à época potência instalada de 9 MW e duas unidades geradoras. A ampliação, entre os anos de 1946 e 1952, dobrou sua capacidade, incluindo mais duas unidades geradoras. Inicialmente projetada para operar durante 50 anos, a qualidade da manutenção e um processo de modernização realizado há pouco mais de dez anos permitiram que Chaminé continuasse ativa, estendendo seu funcionamento por mais algumas décadas.
Na época da construção, Curitiba experimentava um expressivo processo de urbanização. A população reivindicava mais qualidade no serviço de iluminação pública e era estimulada a conhecer e se beneficiar das comodidades proporcionados pela energia elétrica dentro de suas casas.
Em 1929, numa reação à baixa qualidade dos serviços de iluminação pública na capital, o governo do Estado do Paraná transferiu o contrato da Brazilian Railways Company Ltda. para a Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras, que organizaram a Cia. Força e Luz do Paraná, pertencente ao grupo norte-americano Electric Bond & Share Corporation. Esse grupo passou a investir na modernização do sistema de transmissão e também no aumento da capacidade instalada no Estado.