A participação da bioeletricidade na geração de energia no país em 2015 chegou a 4,1%, ficando em patamar similar ao do ano anterior, de 3,9%. Análise Conjuntural de Biocombustíveis no Brasil divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética nesta terça-feira, 10 de maio, mostra que o investimento no setor sucroenergético em 2015 chegou a R$ 2,7 bilhões, bem menor que os R$ 6,8 bilhões de 2014, o que representa uma queda de 60%. Em 2010, o setor alcançou o seu maior nível de investimentos, em R$ 7,5 bilhões. Nos últimos cinco anos, foi notado um crescimento na geração da fonte, tanto para o autoconsumo quanto para a exportação de energia.
As usinas sucroenergéticas inseriram no Sistema Interligado Nacional 2,5 GW med, 18,5% a mais que em 2014. O estudo ressalta ainda a complementariedade com a fonte hídrica. O aumento da bioeletricidade vem na safra, que é quando ocorre a estiagem. A crise hídrica trouxe uma maior presença de térmicas no sistema. A sazonalidade da safra da cana-de-açúcar trouxe um aumento na geração da fonte em agosto, quando foram gerados 4.048 MW med e o Preço de Liquidação das Diferenças estava em R$ 150/MWh.
Na análise, as usinas de biomassa de cana são caracterizadas como energeticamente autossuficientes. A troca de caldeiras antigas por equipamentos com maior pressão de operação aumentou a eficientização do setor. Em 2015, eram 376 usinas a biomassa de cana em operação, sendo que apenas 40% delas enviam energia para o SIN. O número vem crescendo a cada ano, mas a maior parte delas não vende energia para o mercado regulado. Apenas 16% tem contatos firmados nos leilões de energia. A fonte recebeu R$ 216 milhões em financiamentos no ano passado para troca de equipamentos para aumento de eficiência. A quantidade de usinas no ACR vem crescendo. Em 2015, elas somavam 1,4 GW med em contratos. Nos leilões A-3 e A-5 do na passado, as térmicas a biomassa venderam cerca de 120 MW med.
No aspecto ambiental, houve melhora nos resultados de 2015. As térmicas movidas a biomassa da cana evitaram a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2 por MWh, 6% acima do número registrado em 2014, de 2,5 MtCO2. Houve um aumento nesse fator nos últimos anos, devido a maior participação de termelétricas de várias origens. Em 2015 o valor caiu de 0,135 tCO2 para 0,124 tCO2.