O Ministério de Minas e Energia negou pedido de recurso do ex-auditor da Agência Nacional de Energia Elétrica Iuri Conrado Posse Ribeiro. O servidor foi demitido após ser acusado de extorquir empresário do setor elétrico. A decisão consta publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 11 de maio. O ministério não conheceu o pedido de reconsideração porque a defesa de Conrado não apresentou fatos novos ou "circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do interessado na esfera administrativa."
 
Iuri Conrado foi preso em flagrante o dia 1º de dezembro de 2014 pela Polícia Civil de São Paulo. O servidor foi detido no momento em que recebia uma mala com R$ 400 mil, em um shopping center na Avenida Faria Lima, em Pinheiros (SP). O servidor é especializado em regulação de serviços públicos de energia e fazia parte do quadro da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira da Aneel. Ele era responsável por validar o cumprimento de contratos entre agentes e o governo federal.  A acusação é que ele teria cobrado propina para "facilitar" o processo de validação de contratos.
 
No dia 3 de fevereiro de 2015, a diretoria da Aneel decidiu instaurar processo administrativo disciplinar para apurar os fatos, com o intuito de investigar internamente os “indícios de envolvimento do servidor em irregularidades”. Como medida preventiva, a agência afastou o servidor a fim de evitar qualquer tipo de influência na apuração. Ele também foi proibido de acessar as repartições internas do órgão, bem como a sistemas internos, equipamentos ou documentos.

A reportagem tentou ter acesso aos autos do processo administrativo de sete volumes, porém a assessoria de comunicação da Aneel negou o pedido justificando que "o processo possui informações pessoais privadas ou preparatórias, sendo, portanto, de acesso restrito".