A CPFL Renováveis reportou um prejuízo líquido de R$ 105,9 milhões no primeiro trimestre do ano, um montante 63,8% maior do que a perda de R$ 64,6 milhões do mesmo período do ano passado. Essa queda refletiu diretamente a retração de 23,5% na receita líquida da empresa que passou de R$ 364,4 milhões para R$ 278,7 milhões. A queda foi atribuída, principalmente, à queda de geração eólica dos parques eólicos que afetou a receita em R$ 25 milhões e à sazonalização das PCHs, que neste ano ficou mais bem distribuída no ano ao contrário de 2015, quando concentrou a alocação no primeiro trimestre, o impacto nesse caso foi de R$ 18 milhões.

Além disso, a sazonalização das usinas a biomassa no ano passado gerou uma receita e uma necessidade de compra de energia em 2015 que não se repetiu neste ano. De acordo com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Gustavo Sousa, outro fator importante nessa conta ficou com o aumento das despesas financeiras da empresa. Na comparação com o mesmo período de 2015 o valor reportado pela empresa ficou R$ 27 milhões mais elevado.
“Tivemos um endividamento líquido com mais captações para fazer frente aos investimentos e ainda houve o aumento dos indexadores da dívida. No caso da TJLP, que responde por 57% da dívida, em março do ano passado estava em 5,5% ao ano e passou neste para 7,5%, gerando um incremento de R$ 11 milhões. Outro é o aumento da taxa básica de juros, a selic que era de 11,25% ao ano e agora está em 14,25%, como 33% de nossa dívida está atrelada à CDI e a selic impacta nesse custo, o aumento ficou em R$ 8 milhões”, detalhou Sousa.
O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia ficou 5,5% menor em comparação com o mesmo período de 2015. Passou de R$ 177,6 milhões para R$ 167,7 milhões sendo o maior impacto vindo da redução da receita liquida. Apesar disso a margem ebitda avançou 11,5 pontos porcentuais, para 60,2%. Esse desempenho é atribuído à gestão de custos e despesas gerenciáveis.
Segundo a superintendente de RI da empresa, Flávia Carvalho, enquanto a capacidade instalada da empresa cresceu 16% nos últimos anos essa linha do balanço da empresa, trazida a valor presente apresentou aumento de menos de 1% descontando a inflação do período. Ou seja, explicou, as novas capacidades que são adicionadas ao portfólio da companhia agregam pouco impacto de custos à empresa.
A geração de energia nos três primeiros meses do ano ficou 2,5% acima do reportado no mesmo período de 2015, passou de 1.135,5 GWh para 1.163,5 GWh. Sousa destacou que mesmo com o El Niño influenciando a geração eólica mais fraca nesses meses houve o avanço da produção, principalmente, por conta das PCHs da companhia nas regiões sul e sudeste como resultado de uma melhor hidrologia na comparação com o ano passado.
Como consequência da sazonalização diferenciada para as PCHs esse ano, o volume de energia contratada no trimestre caiu 2,5%, passou de 781 MW médios para 761 MW médios. Segundo a superintendente de RI da empresa, esse volume deverá ser compensado ao longo dos demais trimestres uma vez que a companhia distribuiu mais uniformemente a alocação dessa garantia física.
No primeiro trimestre do ano, os investimentos da CPFL Renováveis somaram R$ 218,9 milhões, aumento de 49% ante os R$ 146,7 milhões de 2015. Os aportes previstos para o período até 2020 somam R$ 2 bilhões para colocar 329,8 MW em capacidade instalada em operação.