O lucro líquido da concessionária carioca Light caiu 98,9% no primeiro trimestre do ano quando comparado com 2015, de R$ 129 milhões para R$ 1,4 milhão. Segundo a empresa, o resultado é explicado, principalmente, pelo resultado negativo de R$ 85,4 milhões provenientes de equivalência patrimonial, refletindo o resultado de empresas em que a companhia detém participação, como a Renova.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, amortizações de depreciações) ficou em R$ 364,6 milhões, 32,3% abaixo que no primeiro trimestre do ano passado, em função da sazonalização na geradora, somada à redução do mercado e ao aumento das provisões na distribuidora. A receita líquida totalizou R$ 2,22 bilhões, queda de 25,3% quando comprado com 2015 (R$ 2,97 bilhões). Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 12 de maio.
O consumo total de energia na área de concessão da Light sofreu redução de 7,3% sobre 2015, chegando a 6.884 GWh, influenciado pela queda na demanda de todos os segmentos: residencial, com declínio de 10,8%; industrial, com redução de 9,3%; e comercial, que caiu 3,8%. Segundo a companhia, essa redução está diretamente relacionada à persistência de um cenário econômico adverso e aos aumentos tarifários ocorridos ao longo de 2015, que acabou por afetar o consumo das famílias.
Da mesma forma, esse cenário desfavorável elevou a propensão ao furto, explica a empresa, fazendo com que as perdas totais da Light (incluindo baixa, média e alta tensão, além de perdas técnicas), representassem 23,9% da carga-fio, 0,7 p.p. a mais que o registrado até dezembro de 2015 (23,2%) e 0,9 p.p. a mais que o alcançado em março do ano anterior. Os investimentos no segmento de distribuição totalizaram R$ 202,8 milhões no primeiro trimestre, aumento de 17,4% frente ao total do primeiro trimestre de 2015, com destaque para os R$ 27,7 milhões voltados ao atendimento aos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Além dos investimentos que continuará fazendo para expandir e modernizar sua rede elétrica, o foco da Light ao longo de 2016 continuará sendo o combate ao furto de energia. "Essa prática ilegal, considerada crime pelo artigo 155 do Código Penal, causa danos e sérios prejuízos à distribuidora, ao Estado, e principalmente à população, que paga por parte do furto através de uma tarifa mais alta", escreveu em nota.
A Duração Equivalente de Interrupção somou 11,82 horas, 10,4% a menos que no primeiro período de 2015. A Frequência Equivalente de Interrupção chegou a 6,20 vezes, resultado 7,4% inferior se comparado com o mesmo período do ano anterior.