A demanda na área de concessão das distribuidoras da CPFL Energia deverá ficar entre 1% e  2% menor este ano em comparação com 2015. A estimativa foi apresentada nesta sexta-feira, 13 de maio, em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da empresa no primeiro trimestre. Se essa previsão se confirmar, a companhia deverá reportar um volume total distribuído entre 41.312 GWh e 40.895 GWh para o mercado cativo ante os 41.730 GWh vendidos na área de concessão da empresa no ano passado.
“A nossa expectativa era de trabalhar com volume flat de demanda, mas agora estamos com a perspectiva de que esse índice seja ligeiramente negativo,  algo entre 1% e 2% abaixo em termos de volume de demanda”, afirmou o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior.
Segundo o balanço da empresa, apresentado no dia anterior, as vendas de energia na área de concessão no período entre janeiro e março de 2016 apresentaram redução de 6,4%, sendo que o mercado residencial recuou 4,6%, o comercial apresentou variação negativa de 5,2% e o industrial de 10,5%.
Contudo, Ferreira Júnior destacou que a demanda residencial vem apresentando uma relativa estabilidade o que demonstra que chegou ao seu limite de uso mais eficiente por parte da classe residencial. Ele citou o aumento da venda de lâmpadas led como exemplo, que passaram da casa de 27 milhões de unidades para mais de 80 milhões. Segundo sua avaliação, o consumo per capita que está em cerca de 190 kWh na classe residencial deverá permanecer, pois o espaço de corte de consumo classificado como supérfluo foi alcançado.
“Diante dos reajustes inéditos de mais de 50% que o setor elétrico vivenciou no ano passado tivemos a reação dos consumidores que procuraram usar a energia de forma mais eficiente”, analisou. “Entendemos que dadas as perspectivas de queda da inflação e reajustes negativos da tarifa, não teremos quedas maiores na área residencial, o consumo deverá se manter ao longo do ano e a perspectiva é de estabilidade ao passo que no ano aumenta o número de unidades consumidoras na área de concessão”, acrescentou.
O executivo que deixará o cargo de diretor presidente após 18 anos, afirmou que em 2016 a questão da sobrecontratação nas distribuidoras do grupo está resolvido. Quanto à solução dada pela audiência pública que reconhece as sobras involuntárias decorrentes das quotas, a exposição que era de 180 MW médios foi sanada e é residual, resultado de variáveis como o cenário macroeconômico e climático. Já a audiência que discute a simplificação do processo para postergação de contratos de energia nova é onde há potencial de mitigação ente 2% e 2,5%.
Contudo, a questão que pode trazer impacto é a migração de clientes especiais para o mercado livre. Segundo ele, esse assunto deve ser mais debatido entre agentes e a agência reguladora. No caso da CPFL, essa migração já representa uma redução de demanda de 1,8% da carga contratada.