O presidente interino Michel Temer nomeou o deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE) como novo ministro de Minas e Energia. Nome essencialmente político, o jovem deputado de Pernambuco, 32 anos, já tem atuação na Câmara dos Deputados há uma década. Está em seu terceiro mandato como deputado federal. É reconhecido como grande articulador político, conciliador e com enorme disposição e capacidade de diálogo. Coelho Filho, formado em administração de empresas pela FAAP, foi líder do PSB na Câmara em 2015 e reconduzido este ano, fato raro na liderança na Câmara.

“Fernando  é um jovem, inteligente, conciliador e com enorme capacidade de diálogo. Seu perfil lhe levou a assumir a liderança de nossa bancada nestes dois anos posto que ele conduziu com singular habilidade conseguindo unir a bancada do PSB em torno dos projetos mais importantes para o Brasil. Fernando liderou a nossa bancada nos momentos mais difíceis destes anos inclusive ao longo do processo de impeachment levando o PSB a apoiar o impeachment com amplíssima maioria da bancada sendo o quarto partido a oferecer mais votos pelo impedimento. Temos muita convicção que Fernando fará um grande mandato à frente do ministério de Minas e Energia e conduzirá este setor para um novo momento de futuro contribuindo para a retomada do crescimento econômico do Brasil” destaca o Deputado Federal Fabio Garcia (PSB – MT), membro titular da comissão de Minas e Energia.

Mário Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico e da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia, vê com esperança a entrada de uma pessoa nova no setor. "É uma visão nova para o setor. O Ministério de Minas e Energia é um ministério complexo", afirmou. O executivo disse que é essencial, por isso, que o ministro escolha pessoas com experiência técnica para assessorá-lo, apontando, principalmente, para o nomeado para secretário-executivo. "O ministro tem características para realizar uma excelente gestão a frente do ministério", observou. Para o executivo, nesses 180 dias do governo interino, é necessário a identificação das prioridades e avaliar o setor energético de forma geral. Menel avalia que a principal questão do setor é a falta de sustentabilidade financeira, com problemas na liquidação e a sobrecontratação sistêmica.

O Fase pretende apresentar ao ministro durante o 13º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico, que acontece na próxima semana, uma carta com propostas para o setor. Uma das ideias, segundo Menel, é o desenvolvimento de um projeto estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento sobre o modelo, cujos os recursos já estão assegurados. Com isso, a ideia é que o ministro ataque os problemas de curto prazo e simultaneamente trace um plano de longo prazo para o setor.

Elbia Gannoum, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, também disse que recebeu com animação a indicação de Fernando Coelho Filho para o MME. Ela já esteve, em momentos diferentes, com o deputado e o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) para tratar da importância da energia eólica para a região Nordeste. "O que percebo é um perfil ativo e com bagagem política", salientou a executiva. A presidente da ABEEólica destacou também os desafios a frente em relação ao setor, mas também especificamente ao segmento eólico. Ela lembrou que a fonte conseguiu construir uma cadeia produtiva, que ainda cresce e gera empregos no meio da pior crise econômica da história recente do país. Por isso, é essencial continuar contratando através dos leilões. "É importância continuar com o leilão de reserva já previsto para outubro", ponderou.

Reginaldo Medeiros, presidente-executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, ressaltou o perfil político do novo ministro como algo positivo para o setor. "É um parlamentar tido como muito dinâmico, jovem, aberto a novas ideias. É bom ter pessoas novas no setor. Ele pode fazer um excelente trabalho no ministério", definiu.

O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres, Paulo Pedrosa, disse que, além do ministro, o novo governo é a chance de repensar opções feitas nos últimos anos, algumas delas muito negativas para a indústria. Para o executivo, Coelho Filho deve fazer uma transição das discussões de agendas individuais para uma agenda com visão de futuro para o setor em geral. "O novo ministro precisa ser apoiado com boa vontade pelo setor", frisou o executivo.