A demanda nas duas distribuidoras da Equatorial, a Cemar (MA) e Celpa (PA), apresenta um nível que está surpreendendo a controladora. Tanto que a empresa ainda não tem claro o nível de sobrecontratação que deverá apresentar esse ano. Ao final do ano passado a perspectiva era a de que a companhia apresentasse índice de 110%, com os resultados de consumo até o final de abril a esse indicador poderá ficar até próximo 100%. Essa estimativa foi passada nesta sexta-feira, 13 de maio, pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Equatorial, Eduardo Haiama.

“Esse ano as premissas que víamos ainda em 2015 não estão acontecendo, estão acima do que se previa em volume e o que vimos no primeiro trimestre e continuamos enxergando no segundo trimestre é a continuidade desse crescimento que, diria pode levar a uma sobrecontratação bem baixa no ano. Em novembro de 2015 estimávamos em 110% e dado ao mercado atual é capaz de não zerar o adicional, mas de ficarmos próximos a esse índice”, revelou o executivo em teleconferência com analistas e investidores referente aos resultados de janeiro a março.
No balanço divulgado na noite da quinta-feira, 12 de maio, a Equatorial reportou o aumento na energia requerida da Celpa em 3,7% no primeiro trimestre desse ano ante o mesmo período do ano passado. Uma importante parte desse crescimento foi atribuído ao mercado livre que apresentou crescimento de 24,8%. O mercado cativo da distribuidora ficou 1,9% menor. Já na Cemar o mercado cativo apresentou aumento de 3,7%, o livre recuou 9% e no total ficou 3,4% acima do reportado em 2015.
O impacto da sobrecontratação nas duas distribuidoras sobre o Ebitda da Equatorial nos três primeiros meses do ano ficou em R$ 13 milhões, sendo R$ 5 milhões para a Cemar e os R$ 8 milhões na conta da Celpa.
Apesar desse viés positivo apresentado por Haiama, a sua avaliação é de que o problema da sobrecontratação deverá ser atacado pela Aneel de com a meta de fornecer mecanismos às distribuidoras que permitam maior flexibilidade para gerenciar seu portfólio de contratação. Essa posição, argumentou, deve-se ao entendimento de que se não houver essa decisão, todo ano o setor precisará de uma solução transitória para resolver algum problema pontual. “Para frente as soluções devem ser permanentes, pois essa questão é estrutural”, finalizou.