A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica, que determinou o reembolso pela Eletrobras de aproximadamente R$ 7 bilhões à Reserva Global de Reversão, aliada a incapacidade da companhia de submeter seu Formulário 20-F, exigido pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), podem pressionar os ratings da empresa, segundo a Fitch Ratings. Atualmente, os IDRs de Longo Prazo em Moeda Estrangeira e Local da empresa estão em ‘BB-‘ com perspectiva negativa.
A Fitch prevê o aumento do risco de liquidez para a Eletrobras a curto prazo, caso o reembolso à RGR se concretize, uma vez que a posição e a geração de caixa da companhia estão apertadas para suportar tal saída de caixa. Em março de 2016, a posição consolidada do caixa e aplicações financeiras da Eletrobras totalizava R$ 7,2 bilhões, enquanto o Ebtida no período de 12 meses encerrado em março foi negativo em R$ 10,9 bilhões. A dívida total consolidada era de R$ 42,8 bilhões.
A omissão da Eletrobras em submeter o Formulário 20-F em 2014 e 2015 poderá afetar a capacidade da companhia de captar novas dívidas, ainda segundo a Fitch. As datas de submissão prescritas eram, originalmente, 30 de abril de 2015 e 2016, respectivamente. O atraso poderá resultar no cancelamento da autorização de negociação dos American Deposit Receipts (ADRs). Segundo a Fitch, os ratings da Eletrobras continuam refletindo o vínculo com o rating soberano do Brasil – ‘BB’, com perspectiva negativa.