A Copel espera colocar em operação nos próximos dias a linha de transmissão que vai escoar a energia da usina de Teles Pires, localizada no Mato Grosso. A linha, que tem mais de mil quilômetros e corta mais de dez cidades no estado, e foi implantada pela Matrinchã Transmissora de Energia, sociedade formada pela State Grid e pela Copel GT, teve as suas obras concluídas e aguarda a liberação da licença de operação. "A linha está pronta, já foi energizada e testada", diz Luiz Fernando Vianna, presidente da Copel. O atraso fez com que a maior parte da energia da hidrelétrica ficasse impedida de ser transmitida mesmo com a usina apta a operar na totalidade.

Vianna elogiou a disposição do novo ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, em chamar as associações do setor para uma reunião no último domingo, 15 de maio. Bezerra Filho foi nomeado pelo presidente interino Michel Temer após a sua ascensão ao cargo pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele acredita em ganhos e mudanças positivas para o setor, que segundo ele, precisa de novos parâmetros. "É preciso revisitar o modelo que foi criado em 2004, acredito que isso vai ser possível", aposta.

A Copel não deve disputar nenhuma distribuidora que eventualmente seja colocada à venda pela Eletrobras. No passado, a empresa chegou a analisar a compra de concessionárias da Rede Energia. Segundo Vianna, atualmente o único interesse nessa área no radar da empresa seria em pequenas distribuidoras no seu próprio estado. Já na geração o foco deve ser nas fontes renováveis, incluindo projetos hídricos localizados no Paraná, sede da empresa. A empresa chegou a analisar A UHE Santa Branca (PR – 60 MW), viabilizada no último certame A-5, mas a taxa de retorno não se mostrou atrativa, segundo Vianna. Na transmissão, a Copel GT pode disputar lotes em leilões de LTs, desde que também estejam no Paraná.