A Cemig reforçou sua posição em vender ativos nos quais a companhia não possui o controle, num movimento que tem o objetivo de reduzir a alavancagem da companhia. Contudo, a Cemig descartou a venda de 27,3% de participação que detém na Renova, por entender que a geradora é fundamental para a estratégia de crescimento no mercado de energia renovável. Neste trimestre, a Cemig GT realizou um aumento de capital na Renova de R$ 200 milhões.
 
"Nos últimos meses tivemos um trabalho muito grande de convencimento da casa para necessidade dessa estratégia [de venda de ativos]. Alguns movimentos já estão aprovados pela CA [Conselho de Administração] … Com relação especificamente à Renova, é uma posição contrária ao que eu acabei de dizer. Na Renova nós somos co-controladores e temos interesse que a companhia permaneça forte, porque é nosso veículo de crescimento em renováveis", declarou o diretor de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Fabiano Maia Pereira, durante conversa com analistas de mercado nesta terça-feira, 17 de maio.
 
Em março, a Cemig anunciou que pretendia se desfazer dos ativos que estão fora de seu core business para focar nos negócios de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Embora seu negócio principal consista em investir em GTD, a Cemig também atua em negócios de distribuição de gás natural em Minas Gerais por meio da Gasmig; em telecomunicações por meio Cemig Telecomunicações; e em exploração de gás natural através de seis consórcios.
 
Sobre as negociações envolvendo a disputa judicial para a permanência das concessões das hidrelétricas Jaguara, São Simão e Miranda, o executivo informou que as conversas com o governo continuam, mas em um ritmo mais lento por conta das mudanças ministeriais. Ele confirmou que a proposta em discussão envolveria a renovação dos contratos com base na Lei 13.203/15, que instituiu o pagamento de bonificação pela a outorga e libera a venda de 30% da energia dos empreendimentos para o mercado livre. "É exatamente esse ponto que nós estamos negociando", disse Pereira.
 
A empresa também comemorou a publicação da portaria pelo Ministério de Minas e Energia que definiu os critérios para a indenização dos ativos de transmissão. A companhia ainda está em processo de mensuração das informações, mas estima um impacto de aproximadamente R$ 500 milhões na receita financeira a ser registrada no segundo trimestre.