O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri, disse estar preocupado com o nível de inadimplência verificado no mercado de curto prazo em janeiro, causado pelo não pagamento das obrigações por parte de algumas distribuidoras. Na liquidação de janeiro, R$ 240 milhões deixaram de ser pagos pelas concessionárias, o que representa uma inadimplência de 5,8%.
 
“Algumas distribuidoras estão inadimplentes em valores importantes e se nada for feito, esse montante tende a crescer”, disse o executivo durante a 13 º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizado nesta quarta-feira, 18 de maio, no Rio de Janeiro.
 
A liquidação de janeiro movimentou R$ 1,59 bilhão dos R$ 4,1 bilhões contabilizados. Do valor não pago, R$ 848 milhões integram a quantia remanescente do acordo de parcelamento do GSF e R$ 240 milhões representam a inadimplência das distribuidoras. O restante, R$ 1,48 bilhão, está relacionado às liminares do GSF ainda vigentes.
 
“A distribuidora é o principal ator no fluxo financeiro do setor elétrico. Se tiver uma interrupção nesse fluxo financeiro toda a cadeia do setor vai ser afetada. Nós temos que cuidar para que a distribuída, que é a grande arrecadadora de recurso por meio da tarifa, cumpra suas obrigações para o que haja o fluxo financeiro para aos demais agentes”, disse Altieri.
 
Até o momento, a CCEE recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica o desligamento das distribuidoras Eletroacre e CEA por descumprimento de obrigações do setor.  O resultado das liquidações de fevereiro e março será divulgado até a próxima sexta-feira, 20 de maio.