As sobras contratuais de energia vão se intensificar no próximo ano, disse o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri, durante participação 13 º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizado nesta quarta-feira, 18 de maio, no Rio de Janeiro.
 
Pelos cálculos da CCEE, o nível de contratação das distribuidoras pode chegar a 112,6% em 2017, considerando a carga estimada no PEN 2016/2020 e a reposição obrigatória de 96% dos contratos que estão vencendo neste ano, operação que acontece no leilão A-1 em dezembro. Mesmo em um cenário em que esse montante de reposição não aconteça, o nível de contratação das distribuidoras ficaria em 108,3%.
 
Neste ano, as distribuidoras estão suportando uma sobrecontratação de 110,9%, reflexo da crise econômica país e da redução de demanda. Essa sobra de energia tem pressionado o caixa das concessionárias, que precisam liquidar essa energia extra no mercado de curto prazo a preços inferiores ao dos contratos. Esses contratos estão na casa de R$ 180/MWh enquanto o PLD tem ficado abaixo de R$ 100/MWh na maioria nos submercados.
 
A CCEE disse que tem alertado as instituições sobre as consequências do problema sobrecontratção. Altieri explicou que a sobrecontatação diminui a demanda dos leilões de geração A-3 e A-5, uma vez que há menor necessidade de compra de energia por parte das distribuidoras. Além disso, dependendo do valor do PLD, os acionistas das empresas precisam suportar prejuízos milionários.
 
Mesmo de forma tímida, mostrou Altieri, o consumo de energia no ambiente regulado segue uma tendência de crescimento. Segundo a CCEE, em quatro anos o consumo no ACR aumentou 12,3% na média. Porém, o ACL tem puxado para baixo o consumo nacional do país. No primeiro trimestre deste ano, o consumo nacional totalizou 62.855 MW médios, queda de 0,5% na comparação com o mesmo período em 2015, com o ACL despencando 3,7%.