A relicitação deve ser o caminho mais provável para as linhas de transmissão da Abengoa que estão em construção. De acordo com Romeu Rufino, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, é muito difícil uma saída de mercado para esses projetos, devido às mudanças nas condições de retorno que aconteceram nos últimos anos. A empresa entrou em processo de recuperação judicial na Espanha e paralisou suas atividades no Brasil. A interrupção da implantação de LTs pode deixar mais eólicas no Nordeste sem ter como escoar energia. Rufino participou nesta quarta-feira,18 de maio, da abertura do Encontro Nacional de Energia Elétrica, no Rio de Janeiro (RJ).
Ainda de acordo com Rufino, o processo de caducidade da concessão contra a transmissora já está aberto. Porém o diretor classifica o processo como longo, porque ele começa com a notificação e vai até a comprovação da infração. Ele acredita em uma solução no segundo semestre, o que não impede a agência de em modo paralelo já planejar um leilão para esses ativos.
O atraso na entrada em operação das linhas já é dado como certo pelo diretor, devido ao estágio em que os projetos já se encontravam, como licenciamento em andamento e compra de equipamentos. Caso houvesse um comprador, o novo empreendedor ganharia em prazo.
Segundo Rufino, os projetos já em operação da empresa têm mais chances de venda a players do setor. Ele ressaltou que a dificuldade na negociação das linhas vem do valor dos lances que a transmissora deu no leilão. Com as mudanças no cenário econômico, aquele retorno não atrai interessados. "Na época do leilão, ela venceu em condições diferentes da que se tem hoje e dando um deságio muito importante. Para quem vai entrar no segmento, não é favorável", explica.