O inevitável atraso que o desfecho do processo de relicitação dos projetos de transmissão da Abengoa vai acarretar ao começo de operação dos empreendimentos não deve trazer problemas para a operação do Sistema Interligado Nacional. De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, há uma folga na operação e pelo menos nos próximos três anos não haveria consequências. Caso o atraso se prolongue é que poderia haver algum impacto. "Não deve implicar em problema de abastecimento em um primeiro momento, mas é preciso que a Aneel atue com celeridade" afirma ele, que participou nesta segunda-feira, 23 de maio, do Fórum Desafios para a Regulação de Energia e Transportes, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro (RJ).
A espanhola Abengoa entrou em dificuldades financeiras no fim do ano passado e desde então parou as atividades das suas obras no país. Barata, que ocupava até o início do mês a secretaria-executiva do Ministério de Minas e Energia, acredita que os empreendimentos devem ser relicitados no fim do ano ou no início de 2017. De acordo com Barata, a chinesa State Grid negocia com a Abengoa a compra dos projetos em operação. Haveria ainda outros interessados nos projetos, ao contrário das linhas greenfield, que não foram consideradas com retorno atrativo, o que motivaria a sua relicitação. Há um processo de caducidade desses projetos em trâmite na Agência Nacional de Energia Elétrica.
O diretor do ONS também adiantou que tem uma expectativa pessoal que uma eventual retomada da economia no segundo semestre do ano possa significar uma melhora na carga, que vem apresentando recuo nos últimos meses.