Servidores da Eletronorte paralisaram as atividades nesta segunda-feira, 23 de maio, em protesto contra o cancelamento da reunião com a Eletrobras que iria discutir o acordo coletivo de trabalho e a participação nos lucros e resultados da empresa. A reunião estava marcada para a próxima quarta-feira, 25, mas a direção da estatal teria alegado que o governo não autorizou a abertura das negociações.

A discussão foi adiada pela segunda vez, segundo o Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal. O Stiu-DF informou que a paralisação por um dia aconteceu na sede da empresa, em Brasília, e nos estados do norte onde a empresa atua. Trabalhadores de Furnas no DF também aderiram à mobilização.

A pauta de reivindicações dos trabalhadores inclui a correção salarial pela inflação e ganho real de 1,17%, que seria correspondente ao crescimento do consumo de energia nos últimos 12 meses. O movimento também é contra a privatização da estatal e de suas subsidiárias. Há, segundo o sindicato, o receio de que um eventual programa de venda de ativos atinja um empreendimento vital para a Eletronorte, que é a hidrelétrica de Tucuruí. “Se privatizarem Tucuruí acabou a Eletronorte”,  afirmou o assessor de imprensa da entidade, Henrique Teixeira.

Empossado no último dia 12, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou que a escolha dos novos dirigentes da Eletrobras e de suas controladas só vai ocorrer quando a atual direção da estatal apresentar o balanço auditado de 2014 à Securities and Exchange Commission, o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. O prazo para entrega do documento terminou no último dia 18, mas a empresa ainda precisa contabilizar os prejuizos resultantes dos atos de corrupção investigados na operação Lava Jato.