A Eletrobras deve enviar em até 3 dias recurso à Securities and Exchange Comission, para que a empresa não seja retirada da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a NYSE. De acordo com o presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto, a Eletrobras tem até o dia 29 para apresentá-lo e nesta terça-feira, 24 de maio, uma minuta do recurso já deve ser analisada pela empresa. Carvalho participou de seminário internacional da Bracier, no Rio de Janeiro (RJ).
No último dia 18 de maio, a empresa teve as negociações das suas ações suspensas na NYSE por não ter apresentado o relatório 20-F à SEC referentes aos seus balanços de 2014 e 2015. O escritório de investigação Hogan Lovells ainda não concluiu seus trabalhos, o que impede a assinatura da auditoria KPMG no balanço. O ministro Fernando Coelho Filho já havia adiantado na última semana que a Eletrobras enviaria um recurso. Segundo o presidente da empresa, a intenção é que ela continue na lista da bolsa americana. "Primeiro estamos tentando não ser deslistados", explica.
Ainda de acordo com Carvalho Neto, a empresa está procurando adiantar ao máximo a investigação feita pelo escritório Hogan Lovells de modo que ela reúna dados suficientes para concluí-lo. A investigação tem por objetivos verificar se o balanço contábil da empresa foi afetado de alguma forma e mostrar pontos em que ela pode progredir no seu controle interno. Ele cita a criação da diretoria de compliance. O detentor do cargo está sendo recrutado via headhunter e deverá ser anunciado nos próximos 15 dias.
Belo Monte – O executivo acredita que até o fim do mês termina a negociação com outros sócios sobre o destino de 20% ou 914 MW médios da capacidade da UHE Belo Monte que não haviam sido comercializados em leilão. A estatal está envolvida em um processo de arbitragem, já que ela possui direito de preferência sobre o montante, mas os sócios entendem que o direito é uma obrigação de compra. Há a necessidade da venda da energia para liberação de financiamento, mas o preço estipulado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social banco é de R$ 185/ MWh. "O principal é equacionar os PPAs de maneira que possamos pegar o financiamento que falta do BNDES", aponta.