O problema de conexão de parques eólicos por onde passariam as linhas de Abengoa poderá levar empreendedores de geração a aportar recursos para garantir que os projetos saiam do papel. A Associação Brasileira de Energia Eólica admitiu essa possibilidade diante da perspectiva da State Grid em não assumir esses ativos conforme se esperava anteriormente.
A presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum, disse que os estudos que estavam sendo feitos sobre essas linhas foram retomados e que há até mesmo a possibilidade de formação de um consórcio entre os geradores para ofertar um lance por esses lotes já que há a possibilidade da Aneel declarar a caducidade da concessão. Segundo as estimativas, estão nessa área cerca de 300 MW em parques que podem ficar sem conexão.
O atraso na entrada em operação desses empreendimentos não é considerado um grande problema até porque há a possibilidade de concatenação de prazos de instalação desses empreendimentos.
Elbia lembrou que o investimento é uma opção para o setor e lembrou que houve um movimento similar das grandes geradoras hídricas com esse tipo de ativo em meados da década de 1990. “Tenho falado para os investidores que, assim como as grandes geradoras hídricas que comandaram a expansão do sistema no passado, somos a fonte que tem liderado esse crescimento e é possível ter esses investimentos em transmissão por ser um meio para o escoamento da produção e conectar os parques ao sistema”, comentou após a 5ª edição do Encontro de Negócios ABEEólica, realizada em São Paulo.