O consumo de gás natural no país no segmento industrial apresentou uma ligeira retração de 1,34% no mês de março frente aos resultados de fevereiro deste ano. A queda chegou a 15,2% na comparação com março de 2015. Os números são resultado de levantamento mensal da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, feito com concessionárias em 20 unidades da federação.

No somatório de todos os segmentos, o consumo apresentou retração de 14,81% na comparação o mês anterior. Em março de 2016 foram consumidos 57,16 milhões de metros cúbicos/dia frente a 67,13 milhões de metros cúbicos/dia em fevereiro de 2016. Na comparação com março de 2015, a queda é de 30,31%, reflexo da redução da atividade industrial e também do desligamento das térmicas a gás. O consumo na termogeração despencou 27,2% em relação ao mês anterior e 50,5% em relação a março do ano passado, consequência direta da queda na demanda por energia elétrica no país.

De acordo com Augusto Salomon, presidente executivo da Abegás, o estudo da associação funciona como um indicador da atividade econômica do país. A queda no consumo do segmento industrial, por exemplo, é um claro reflexo desse momento de crise. Mas ele acredita que o panorama vai mudar e o gás natural é um insumo estratégico para a retomada do crescimento econômico.

Os números do levantamento da Abegás no mês de março, na comparação com fevereiro, revelam um crescimento do consumo de gás natural no país em dois segmentos: automotivo e comercial. O uso de Gás Natural Veicular teve crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior e de 0,81% em relação a março de 2015. Já o segmento comercial apresentou alta de 1,96% em relação aos dados do mês anterior e de 6,21% frente aos números de março de 2015. No segmento residencial, o consumo caiu 1,52% em março frente a fevereiro de 2015 e subiu 15,4% na comparação com março do ano anterior. Sobre isso, Salomon considera que o bom resultado na comparação anual dos segmentos comercial e residencial é um sinal de que o gás natural está chegando a um número cada vez maior de clientes, fruto do investimento constante das concessionárias em expansão das redes de distribuição.

O segmento de cogeração se manteve praticamente estável, com ligeira retração de 0,92% em março ante fevereiro e crescimento de 0,19% frente a março de 2015. Por região, na comparação com o mês anterior, o consumo no Sudeste cresceu 2,6 % nos segmentos automotivo e 2,2% no comercial. Na região Sul, o destaque foi para o segmento industrial, que cresceu 2,9%. Também vale registro a alta de 25,1% no segmento residencial, de 6,8% no comercial e de 8,3% na cogeração. No Nordeste, o consumo no segmento residencial subiu 1,2%. No Centro-Oeste, os segmentos residencial e comercial apontaram alta de 46,6% e 32,7%, respectivamente. Na região Norte, comercial e industrial cresceram 10,8% e 3,2%, respectivamente.