As interligações energéticas na América Latina estão no radar da State Grid. A transmissora chinesa que está no Brasil há cinco anos já possui importantes linhas no Brasil, como a que escoa a energia da UHE Teles Pires e constrói os linhões de Belo Monte. Com alto interesse nessas interligações, ela as enxerga como um caminho natural do mercado. “Vamos ser atores participantes de todas as interligações. Estamos com grandes troncos de transmissão no Brasil e partir para a América Latina seria uma vocação nossa”, explica Ramon Haddad, CEO da empresa no Brasil, que participou na última terça-feira do Seminário Internacional Rio de Janeiro (RJ).
No Brasil, a empresa vem trazendo tecnologias já usadas por ela em outras partes do mundo, como a de 800 kV. Para Haddad, a adoção desse parâmetro em sistemas da empresa no país já demostra seu interesse em estar na ponta. Ele lembra que há em parceria com a Eletronorte um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento no âmbito da Agência Nacional de Energia Elétrica para transmissão de energia em 1.000 kV e corrente alternada. O executivo também quer intensificar o uso do smart grid no Brasil. “Temos a intenção de trazer mais tecnologias e desenvolvê-las”, avisa.
A State Grid negocia a aquisição dos ativos em construção da Abengoa no Brasil. A espanhola decidiu vender suas linhas aqui após a matriz entrar em dificuldades financeiras. A negociação deve ser concluída em breve, segundo Haddad.