A paranaense Brafer, empresa que atua há 40 anos no mercado nacional, vê uma nova oportunidade de negócios com o avanço da fonte solar fotovoltaica. A companhia fechou no final do ano passado uma parceria com a espanhola Clavijo e ofertará trackers para os projetos solares fotovoltaicos. O foco está nos empreendimentos de geração centralizada, principalmente os que já foram negociados nos leilões de energia nova pelo governo em 2014 e 2015 e que resultaram na contratação de cerca de 3 GWp em capacidade instalada. A meta é de aumentar a participação do segmento energia que hoje representa de 20% a 25% dos negócios.

Segundo a empresa, parte dos trackers ainda será importada da Espanha, mas o restante do produto, cerca de 80%, será fabricado pela companhia. E lembra ainda que já está cadastrado junto ao BNDES podendo ser financiado pelo Finame.
De acordo com o engenheiro da Brafer, Rubens Amaral, o aço representa cerca de 25% do custo de instalação de um sistema solar fotovoltaico. É o segundo item de maior participação, após os módulos que ficam com 45%, e à frente do peso dos inversores com 15% e os outros 15% das demais partes que compõem o sistema, como parte elétrica, subestação, preparação do terreno e outros itens.
“Não sei quanto representava no passado, mas seguramente, pensando no custo em dólar, o peso sobre o capex total era menor do que hoje porque o custo dos módulos vem caindo enquanto das estruturas não apresentou uma variação nesse ritmo”, explicou ele à Agência CanalEnergia. “O que temos feito é procurar melhorar e otimizar as partes que são possíveis dentro da engenharia para atrelar mais competitividade ao produto”, explicou ele.
A Brafer, contou ele, começou a avaliar o mercado solar fotovoltaico em 2011 até fechar a parceria com a espanhola para ofertar esse produto ao mercado nacional. Atualmente, disse Amaral, a empresa negocia com praticamente todos os investidores que fecharam contratos nos leilões da Aneel. Apesar de não haver uma venda já registrada como reflexo da própria situação do mercado que espera por decisões governamentais e melhoria das condições de financiamento e do próprio câmbio, a empresa está otimista, até porque projetos solares de grande porte podem ficar prontos em cerca de 12 meses.
Dos 3 GWp contratados, há 2,8 GWp em diferentes estágios de maturação e que podem render negócios. Desses, a Brafer estima estar em conversas com 75% das empresas. A visão da companhia é que ao passo que se tem o avanço dos projetos o segmento de energia possa aumentar a participação em seus negócios. Em seus cálculos, o porta voz da companhia diz que a fabricação de torres de energia e telecomunicações representa de 20% a 25% dos negócios realizados. Com a entrada efetiva de pedidos para o segmento de geração solar esse número deverá subir. Contudo, não estimou qual o patamar esperado, pois ainda precisam ver efetivamente o volume de projetos que começarão a sair do papel.
“O segmento de energia nesse momento vive um período atípico por conta da recessão a Brafer vem usando 30% da capacidade de transformação. A fabricação de tores de telecom e energia para linhas de transmissão representa de 20 a 25%. Com a energia solar pode mudar e voltar a representar bem mais, à medida que os projetos comecem a acontecer”, comentou.