Já reconhecida pela sua atuação como desenvolvedora e investidora de empreendimentos eólicos, a inauguração do Complexo Ventos de São Clemente (PE – 216,1 MW) sete meses antes do previsto trouxe para a Casa dos Ventos a comprovação de também estar preparada para lidar com o desafio de concluir projetos de modo antecipado. O complexo é o maior do estado e foi viabilizado no leilão A-3 de 2014, pois deveria entrar em operação apenas em janeiro de 2017. "É um atestado que temos uma equipe bastante capacitada para entregar os parques bem antes da obrigação e conseguirmos ter um retorno dos nossos investimentos ", explica Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos. A antecipação vai permitir que a empresa negocie no mercado livre essa energia gerada.
Ele conta que a construção do complexo Ventos de Santa Brígida (PE- 181,9 MW) – inaugurado em setembro do ano passado e vendido para a Cubico no início de 2016 – trouxe vantagens na execução do Ventos de São Clemente. Segundo Araripe, a empresa já tinha conhecimento do local de construção e pôde ter uma boa sinergia com as equipes, que puderam adiantar algumas tarefas. Ainda segundo ele, a atuação dos fornecedores de equipamentos também, possibilitaram a implantação do projeto. "Já estávamos mobilizados na região. Trabalhamos com fornecedores de primeira linha e minimizamos a questão da conexão", observa.
O complexo Ventos de São Clemente coloca a Casa dos Ventos como o maior player eólico de Pernambuco. Empresas como a Cubico, Enel Green Power, com Fontes dos Ventos; e a PEC Energia, com Serra das Vacas, também estão no estado, mas com empreendimentos menores. A Casa dos Ventos ainda tem o complexo Ventos do Araripe 3, na região da Chapada do Araripe, que terá uma parte deles em Pernambuco e outra no Piauí. Ele continua a estudar o potencial eólico da região do agreste pernambucano, para uma possível expansão em menor porte dos parques. "A região se torna um novo polo nacional" avisa.
Em 2016, Araripe não garante a participação da empresa como investidora nos leilões deste ano. A decisão ainda depende de fatores como o preço que será definido para os certames e o andamento das implantações dos outros projetos da empresa. O executivo elogiou a nova composição do Ministério de Minas e Energia que vem sendo anunciada por Fenando Coelho Filho. Na última segunda-feira, 30 de maio, foram anunciados Luiz Barroso para a presidência da Empresa de Pesquisa Energética; Fabio Lopes Alves, para a secretaria de Energia Elétrica e Eduardo Azevedo, para a secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético. "Vimos com bons olhos. Azevedo é do meio, entende os benefícios da energia eólica. São nomes do setor, com experiência", revela. Azevedo foi secretário de Energia de Pernambuco e realizou o primeiro leilão regional de fonte solar, realizado em 2013.
Foram destinados R$ 10 milhões para a região em projetos sociais. A empresa está prestes a iniciar a operação do complexo de Tianguá (CE – 250 MW). A expectativa é que ele comece a operar em julho, mas o projeto depende da conclusão da linha de transmissão. No ano que vem, o complexo Ventos do Araripe III (PI/PE – 359 MW) entra em operação até junho, o que vai deixar a Casa dos Ventos como uma das maiores geradoras eólicas do Brasil.