A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica quer replicar o modelo de financiamento do Banco do Nordeste (BNB) em outros bancos do país. Na última segunda-feira, 30 de maio, o BNB lançou um novo produto para financiamento de sistemas fotovoltaicos, chamado FNE Sol, que tem como público alvo empresas e produtores rurais da região Nordeste e do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
 
A projeção da Absolar é que a nova linha de financiamento deve resultar em um aumento expressivo nos negócios de microgeração fotovoltaica no Brasil nos próximos anos e, ao mesmo tempo, estimular a geração de milhares de novos empregos de qualidade. "A Absolar está começando um trabalho junto a outros bancos para que a gente possa levar esse modelo de financiamento do BNB para a região Norte e os Estados da região Centro-Oeste e com isso conseguir democratizar o acesso à energia fotovoltaica no Brasil", declarou Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da Absolar.
 
Voltada para empresas de comércio, serviços, indústrias, empresas e produtores rurais, cooperativas e associações, a nova linha de financiamento do BNB conta com taxa de juros de 6,5% a 11% ao ano, abaixo da média de mercado, carência de 6 a 12 meses, prazos de até 12 anos e bônus de adimplência de 15% para quem pagar as parcelas em dia.
 
Entre as inovações do novo produto de crédito estão a compatibilidade das parcelas mensais com a economia de energia elétrica gerada pelo cliente e a possibilidade de utilizar o sistema como garantia do empréstimo. Antes, explica Sauaia, o tomador precisa apresentar outras garantias para conseguir um financiamento do sistema. Poder apresentar o próprio sistema solar flexibiliza a tomada de empréstimo. O financiamento pode equivaler a até 100% do valor do sistema solar fotovoltaico.
 
O presidente da Absolar ressaltou a importância da linha de financiamento para o setor. “O FNE Sol é um marco histórico para a energia solar fotovoltaica no Brasil e, por isso, parabenizo o Banco do Nordeste pela iniciativa, que serve de referência nacional aos demais agentes financeiros”, disse.
 
Sauaia reforçou que a entidade vai atuar no sentido de motivar os demais bancos públicos do país (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) a seguir o exemplo do BNB e estruturar linhas de financiamento para as demais regiões, bem como para pessoas físicas. “O Brasil possui irradiação solar privilegiada em todo o seu território e, por isso, precisamos levar financiamento de qualidade para que todos os brasileiros e empresas possam gerar parte da sua demanda elétrica por meio do Sol.” Sauaia revelou que o BNB já estuda a criação de uma linha de crédito para pessoa física também poder financiar seus equipamentos solares.