Deficiências nos mecanismos de gestão do orçamento da Amazonas Distribuidora de Energia levaram o Tribunal de Contas da União a determinar a elaboração em 90 dias de um plano de ação com medidas que permitam maior controle sobre os investimentos realizados pela empresa. O TCU constatou que não há um acompanhamento sistemático para identificar e corrigir as causas da baixa execução orçamentária, faltam procedimentos gerenciais em relação ao planejamento e à elaboração do orçamento e não existem manuais de execução orçamentária que possam orientar os responsáveis pelos projetos.
De 2012 a 2014, os recursos para investimento efetivamente aplicados ficaram abaixo dos valores disponíveis nessa rubrica. No primeiro dos três anos analisados pelos auditores do tribunal, o valor previsto era de R$ 362,5 milhões, mas foram executados R$ 273,6 milhões. Em 2013, foram gastos R$ 295,8 milhões de um total de R$ 352,4 milhões, e em 2014 a execução foi de R$ 176,4 milhões para um orçamento de R$ 227,3 milhões. Não foram divulgadas informações sobre o ano de 2015.
A partir das conclusões do TCU, a empresa terá que adotar instrumentos de controle que contemplem a apresentação de relatórios gerenciais periódicos, a instituição de um sistema de cobranças e de sanções das áreas responsáveis pela execução do orçamento e a criação de metodologia para a definição dos recursos necessários aos investimentos. Terão de ser elaboradas também normas e manuais de execução para os departamentos responsáveis, com a definição de procedimentos para empenho de despesas, a realização de pagamentos, aquisições, entre outros processos, “com destaque para o gerenciamento de contratos”, citado por representantes da distribuidora como uma das causas de frustração na execução orçamentária.
Resultante da fusão da Manaus Energia e da Companhia Energética do Amazonas, a Amazonas Energia atende Manaus e os demais 61 municípios do interior do estado. Ela opera em uma área de concessão extensa de aproximadamente 1,6 milhão km², que inclui o fornecimento de energia aos sistemas isolados. Além da distribuidora, a Amazonas também atua na área de geração e de transmissão, com uma empresa formada após a conclusão do processo de separação das atividades em 2015.