A Engie colocou à venda todos os blocos exploratórios de gás que a empresa detém no Brasil e no mundo, segundo o presidente da empresa no Brasil, Maurício Bähr. A medida faz parte dos planos da empresa de não investir mais em tecnologias com emissão de CO2. No Brasil, a empresa tem blocos na Bahia e no Maranhão.

"A área de exploração e produção no mundo inteiro está sendo colocada à venda. É uma das áreas que a gente decidiu sair gradativamente", comentou o executivo durante o Engie Brasil Innovation Day 2016, que aconteceu nesta segunda-feira, 6 de junho, no Rio de Janeiro.

Bärh explicou que a empresa passa por um momento de transformação e vai centrar seus esforços na geração de energia renovável. "A gente está começando um movimento de não investir mais em tecnologias com emissão de CO2. Muito embora o gás ainda emita, ele emite menos [que outros combustíveis fósseis] e com mais eficiência e, portanto, com menos impacto ao meio ambiente. Então, existe uma transição entre alta emissão de CO2, média emissão e mínima emissão. A gente não vai fechar plantas do dia para a noite" explicou o executivo. A Engie possui usinas a carvão e deverá continuar a investir em térmicas a gás, segundo o executivo, mas não na exploração e produção do insumo.

"Até que a gente consiga achar o gás e começar a explorar seria um tempo que não é compatível com a nossa ambição de se transformar em sustentável", afirmou. No Brasil, a empresa tem um parque 85% renovável, segundo o executivo. "O que a gente vai fazer é concentrar a evolução disso para uma energia 100% renovável", contou.

Bähr negou ainda que a Engie esteja interessada nos terminais de GNL da Petrobras. "A gente tem interesse em olhar ativos locais, mas nenhum interesse específico nos terminais da Petrobras. O que existe é um desejo de conhecer melhor a legislação do gás no Brasil", apontou.

Leilões – Mauricio Bähr comentou ainda que a empresa está sempre interessada nos leilões de geração. Segundo ele, a empresa participou do último certame com projetos eólicos, mas com a demanda baixa não foi possível realizar a contratação. "Essa é uma preocupação nossa, porque é muito difícil as distribuidoras fazerem uma previsão para 2021, principalmente em um momento de pessimismo na economia", analisou.

No entanto, ele avalia que no futuro é possível se ter problemas de oferta dada a baixa contratação atual. O executivo acredita que com a retomada da economia, as sobras de energia das distribuidoras logo não existirão. Além disso, aponta, vários projetos de expansão estão atrasados, o que compromete ainda mais a oferta futura. A saída, na opinião de Bähr, seria a realização de mais leilões de Reserva.