Os acionistas da hidrelétrica de Jirau (RO, 3.750 MW) terão que fazer aportes na usina pelo menos até setembro. Segundo Victor Paranhos, presidente da Energia Sustentável do Brasil, empresa responsável pela hidrelétrica, não há fluxo de caixa suficiente para bancar os investimentos que ainda são necessários, o parcelamento e as novas despesas decorrentes do GSF. A empresa vai investir neste ano na usina cerca de R$ 600 milhões para acabar a montagem e na parte socioambiental.

"Eu não gero caixa, eu só começo a gerar caixa, para começar a não ter aporte, a partir de setembro, quando eu pago a última parcela do GSF", declarou Paranhos, que participou nesta segunda-feira, 6 de junho, do Engie Brasil Innovation Day 2016, que aconteceu no Rio de Janeiro. O parcelamento do GSF passado foi realizado em seis vezes e, segundo Paranhos, a empresa parcelou R$ 400 milhões. Ele disse ainda que Jirau já tinha pago a título de GSF R$ 800 milhões, o que totaliza R$ 1,2 bilhão. Além disso, segundo o executivo, mensalmente outros valores de GSF estão aparecendo, a título de diferença de submercado.

"Esse mês agora a gente teve cerca de R$ 12 milhões de custo de diferença de submercado, que estamos tentando entender o que é. E continua a restrição hídrica, com despacho fora da ordem de mérito", contou, frisando que o GSF não acabou. Paranhos disse ainda que na próxima liquidação, a ESBR terá que pagar na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica cerca de R$ 72 milhões. "Isso tá entrando, em grande parte, como aporte dos acionistas", comentou. "Os acionistas estão fazendo um esforço muito grande para estarem com a obra em dia", completou. Segundo ele, o último aporte do BNDES foi de R$ 20 milhões e ocorreu em janeiro deste ano.

A empresa tem como acionistas a Engie, a Eletrosul, a Chesf e a Mitsui & Co. A hidrelétrica de Jirau está com a 43ª máquina em teste, de acordo com o executivo, e outras duas em comissionamento. "Até novembro estamos com as 50 máquinas lá [em funcionamento]", comentou.