Os sócios da Energia Sustentável do Brasil tem interesse na construção da uma hidrelétrica binacional com a Bolívia de cerca de 3 mil MW, segundo o presidente da ESBR, Victor Paranhos. Ele disse que essa usina tem potencial ambiental baixíssimo e permitiria que Jirau operasse a uma cota constante de 90 metros, trazendo uma energia assegurada adicional para a usina de 280 MW médios. Atualmente, em algumas épocas do ano, a usina tem que rebaixar sua cota para 82,5 metros.
"A gente gostaria de participar dessa usina. […] todas as empresas [acionistas da ESBR] tem uma experiência muito grande em hidroeletricidade", afirmou Paranhos, que participou nesta segunda-feira, 6 de junho, do Engie Brasil Innovation Day 2016, que aconteceu no Rio de Janeiro. São sócios da ESBR a Engie, a Eletrosul, a Chesf e a Mitsui & Co.
Pelos cálculos de Paranhos, seriam necessários entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões para construir a usina, que poderia começar a gerar energia em 2023 ou 2024. "Ela tem algumas vantagens importantes não só na parte ambiental, mas na financeira também. Sendo uma usina binacional, a tarifa é em dólar, o que permite conseguir financiamento internacional e isso ajuda a não pressionar mais o BNDES e apanhar dinheiro no mundo a uma taxa bastante interessante", afirmou o executivo.
De acordo com ele, a ESBR já tem uma ideia do projeto da usina e vem conversando com os bolivianos, que também tem interesse na sua construção. Paranhos disse ainda que existe um grupo de trabalho no Ministério de Minas e Energia, criado pelo então secretário-executivo, Luiz Eduardo Barata, na gestão do ex-ministro Eduardo Braga, estudando o empreendimento. "A gente vai voltar a conversar com o novo ministro", disse.