O Brasil vai se transformar em um exportador líquido de energia em 2020, com a produção de petróleo, gás, energia hidrelétrica, nuclear e renováveis, superando o crescimento da demanda. A informação consta do BP Energy Outlook 2035, divulgado nesta quarta-feira, 8 de junho. Pelo relatório, o consumo de energia renovável, incluindo biocombustíveis, vai aumentar 4,6% ao ano de 2014 a 2035 e sua parcela na geração de hidroeletricidade passa de 12% em 2014 para 26% em 2035.
A energia consumida em geração de eletricidade, segundo o BP, crescerá 58% até 2035. A hidrelétrica continuará sendo a fonte dominante, apesar de sua parcela cair de 65% para 59% ao fim do horizonte do estudo. Quando considerado o consumo de todos os combustíveis no período, as renováveis – incluindo biocombustíveis – apresentam crescimento de 157%; as hidrelétricas de 43%; o gás de 44%; petróleo, de 21%; e a nuclear, de 113%. O carvão cai 4%.
Segundo o BP, o consumo de gás aumenta 1,7% ao ano de 2014 a 2035, pouco abaixo da média global de 1,8% ao ano. Enquanto isso, o petróleo cresce 0,9% ao ano, em linha com a média global. O relatório mostra ainda que haverá crescimento forte da produção de petróleo (113%); renováveis em eletricidade (240%); energia hidrelétrica (43%); biocombustíveis (85%); gás (47%); e energia nuclear (113%). Por outro lado, a produção de carvão terá queda de 23%. A produção de petróleo atingirá 5,1 Mb/d em 2035, o maior índice já registrado, segundo a BP.
Em relação a intensidade energética do Brasil – quantidade de energia necessária por unidade de PIB – haverá queda de apenas 3% em 2035. Já o declínio global médio será de 35%. As emissões de CO2 decorrentes do uso de energia aumentam 22% até 2035. No entanto, o ritmo de crescimento diminui de 3,4% ao ano nos últimos 20 anos para 0,9% ao ano de 2014 até 2035.
No mundo, a expectativa é que o consumo de energia cresça 34% no período. Os combustíveis fósseis continuarão sendo os maiores provedores de energia, com cerca de 60%. No entanto, as energia renováveis também terão um grande crescimento até 2035, de 6,6% ao ano. A União Europeia continuará sendo a líder em energias renováveis, mas em termos de aumento do volume, ela será ultrapassada pelos Estados Unidos e pela China ao fim do período do documento.