O atraso na conclusão do sistema de transmissão que interligará o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional acarretará na manutenção do parque térmico contratado atual (189,1 MW) e ainda exigirá a contratação de mais 45 MW de capacidade termelétrica para atender aquela região, segundo estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética.
 
O estudo considera a disponibilização do sistema 500 kV Lechua – Equador – Boa Vista apenas em julho de 2018. Licitada em 2012, a linha deveria entrar em operação em 2015, porém há um impasse com a Fundação Nacional do Índio que impede a liberação das licenças necessárias para o início das obras. Considerando a previsão de crescimento do mercado de Roraima, a EPE calcula a necessidade de instalação de geração térmica adicional de 9,8 MW em 2016, 17,7 MW em 2017 e 17,4 MW em 2018.
 
Os dados foram apresentados na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico de 4 de maio, mas a ata só foi disponibilizada nesta semana. A EPE também apresentou os demais montantes de contratação para os anos posteriores a 2018 até 2021, mas esses dados não constam no documento acessado pela Agência CanalEnergia. "O CMSE deliberou pela necessidade de manutenção dos 189,1 MW já instalados em Boa Vista/RR, conforme disposto na Portaria MME nº 6/2014, até a efetiva interligação desse sistema isolado ao SIN, devendo acrescentar a esse montante disponibilidade adicional de 9,8 MW em 2016, 17,7 MW em 2017 e 17,4 MW em 2018, totalizando respectivamente 198,8 MW, 216,5 MW e 233,9 MW de geração térmica para atendimento ao local."
 
A linha em circuito duplo terá aproximadamente 721 km de extensão e vai atravessar nove municípios dos estados do Amazonas e de Roraima. O atraso no licenciamento da linha fez a Alupar protocolar junto à Aneel pedido de rescisão do contrato de concessão.  A concessão poderá passar por um processo de reequilíbrio econômico-financeiro, que pode significar um novo prazo de concessão.