O Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou na última terça-feira, 7 de junho, a criação de uma força-tarefa no Rio de Janeiro para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear. A investigação é um desdobramento da Operação Lava Jato, que identificou possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear de Angra 3.
O caso foi remetido ao Rio de Janeiro por decisão do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2015. O ministro relator, Teori Zavascki, determinou o desmembramento dos processo por entender que não há relação entre os crimes cometidos na Eletronuclear e na Petrobras. A força-tarefa será composta pelo procurador da República Lauro Coelho Júnior, titular natural do caso, pelo procurador regional da República José Augusto Vagos e pelo procurador da República Eduardo El-Hage. O prazo inicial para o desenvolvimento das atividades é de três meses.
Em julho do ano passado, o vice-almirante da Marinha, Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, foi preso durante a 16ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com a Polícia Federal e o MPF, a investigação apura irregularidades em contratos firmados entre várias das empresas citadas na Lava Jato com a estatal. Silva é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez, entre 2009 e 2014.