O governo ainda trabalha na reorganização da estrutura da Eletrobras. De acordo com o ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho, os modelos possíveis a serem implementados estão sendo estudados e que a definição que se tem é de que a empresa precisa ser redesenhada e essa mudança envolverá basicamente as distribuidoras do grupo e as SPEs nas quais a estatal tem participação. Entre as possibilidades estão a venda total e até mesmo manutenção de uma participação.

“Não há uma decisão ainda sobre a desmobilização de ativos relevantes da empresa, mas o que temos é que devemos redefinir o papel e o tamanho da empresa”, destacou o ministro após encontro com empresários e o governo do Estado de São Paulo. “Claro que não faremos uma liquidação com a empresa. Isso [a venda] será feita de acordo com a novo momento da empresa e faremos com a melhor estratégia possível, não há decisão sobre os ativos relevantes, mas as distribuidoras e as SPEs passarão por esta desmobilização”, revelou Coelho Filho.

Entre as alternativas que estão sendo avaliadas, disse ele, não se tem uma definição quanto aos critérios a serem aplicados para a decisão de venda. Nem tampouco o formato desse reorganização da Eletrobras, estatal classificada por ele como em situação insustentável. Das opções estão a venda individualizada de ativos, ou a junção de diversos ativos sob uma empresa e essa empresa ser ofertada ao mercado, e ainda, a venda de participações nas SPEs, mas com a manutenção de uma fatia menor do que a atual. Hoje a Eletrobras possui participação em cerca de 180 sociedades de propósito específico espalhadas entre as suas subsidiárias. Além dessas, a decisão por qual tipo de ativo vender, se apenas de transmissão ou de geração, também está à mesa.

O que é certo contou o ministro, é de que a desmobilização de ativos começará pela Celg-D, até porque, lembrou ele, esse processo é o que está mais adiantado dentre todos. Quanto as demais distribuidoras, a decisão ainda passa por um trabalho que será coordenado por um grupo envolvendo o Ministério do Planejamento e o próprio MME. Pelo ministério, será o secretário executivo, Paulo Pedrosa, que participará das discussões sobre a reorganização da estatal e desses desinvestimentos.

EPE – Coelho Filho disse ainda que aguarda para o final de junho a desvinculação de Luiz Barroso, que será o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, para a definição ou confirmação dos leilões de geração este ano. “Vamos esperar o Barroso, mas já temos conversado, para equacionar a necessidade dessa energia antes do encaminhamento. Hoje, temos um leilão marcado para julho [leilão de reserva marcado para o dia 29], mas se me perguntar, não sei se realmente será em julho, pode ser um pouco mais para frente”, indicou ele.