A terceira pesquisa Ibope sobre o serviço de energia elétrica no Brasil revelou que o interesse do brasileiro na possibilidade de escolha do fornecedor do serviço aumentou de 72% no ano passado para 73% em 2016. A sondagem encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia com 2 mil pessoas em 142 municípios mostra que os mais interessados desse grupo (84%) e os mais descontentes com o serviço (83%) são pessoas com nível superior de instrução.
A Abraceel sustenta que as empresas que migraram do mercado regulado para o mercado livre têm obtido economia de até 30% no preço da energia. Dados de maio deste ano mostram que 2.104 empresas estavam no mercado livre. Desse total, 655 são classificados como consumidores livres, que abarca as empresas com carga mínima de 3 MW; e 1.449 são consumidores especiais, que têm carga entre 500 kW e 3 MW.
Um totem instalado pela associação na Câmara dos Deputados vai calcular, a partir desta sexta-feira, 10 de junho, o quanto cada consumidor cativo economizaria se pudesse comprar energia no mercado livre. O cálculo feito a partir de um programa de computador desenvolvido pela entidade, com base no preço médio do produto no ambiente livre e nas tarifas de energia das distribuidoras, exige apenas que o usuário escolha a região e a distribuidora que o atende, e digite o valor da fatura paga mensalmente.
O equipamento vai permanecer na Câmara até o próximo dia 22. Ele será levado em seguida para São Paulo, onde ficará exposto por oito dias, e para o Rio de Janeiro, onde ficará disponível para consulta por cinco dias.
A pesquisa do Ibope apurou que 50% das pessoas entrevistadas acham o preço da energia elétrica muito caro e 36% o consideram caro. Para 70% dos entrevistados, a principal motivação para economizar energia é não pagar uma conta muito elevada; para 11%, o medo de faltar energia; enquanto para 6% seria a preservação do meio ambiente. Haveria também o interesse de 88% pela autoprodução de energia elétrica, por meio da instalação de microssistemas de geração.
Na avaliação sobre a forma como a questão da energia elétrica tem sido tratada no Brasil, a nota média dos entrevistados foi de 4 em uma escala de 0 a 10. Na faixa etária entre 45 e 54 anos, 34% das pessoas ouvidas deu nota zero. Sobre a qualidade do atendimento e do relacionamento comercial com a distribuidora, a nota média ficou em 5,5 na escala de 0 a 10.
Perguntados se estariam dispostos a mudar de empresa fornecedora de energia, 58% dos entrevistados disseram que sim e 29% que não, enquanto 13% não souberam ou não quiseram responder. Grupos específicos tiveram ums postura mais conservadora em relação à portabilidade da conta de luz, caso de pessoas com escolaridade até 4ª série (39%) e entrevistados com mais de 55 anos (37%).