Os preços do carvão e do gás natural devem seguir a atual tendência e vão permanecer baixos nos próximos nos próximos 25 anos, mas não devem conter o avanço das fontes renováveis. O relatório New Energy Outlook 2016, divulgado pela Bloomberg New Energy Finance nesta segunda-feira, 13 de junho, também mostra que a região da Ásia-Pacífico vai liderar os investimentos no período, representado metade de todo o investimento global. Apesar do crescimento menor no curto prazo, a China vai continuar a ser o maior centro de atividade. As fontes eólica e solar se tornarão mais baratas me vários países na próxima década e em grande parte do mundo em 2030. Até 2040, as eólicas onshore devem baratear até 40% e a solar fotovoltaica, cair até 60%.

Cerca de US$ 7,8 trilhões serão investidos em energia renovável, com eólica onshore e offshore atraindo US$ 3,1 trilhões, energia solar de grande escala, de telhado ou em pequena escala atrairão US$ 3,4 trilhões e US$ 911 bilhões serão destinados para hidroelétrica. Já a energia de fósseis terá US$ 2,1 trilhões, com foco nos países emergentes. Cerca de US$1,2 trilhão serão colocados em nova capacidade de queima de carvão, e US$ 892 bilhões para novas usinas a gás.

O estudo da Bloomberg também sinaliza o boom do carro elétrico, que vai fazer com que a demanda global de energia cresça 8%, refletindo uma visão da BNEF que as vendas desses veículos vão representar 35% ou 41 milhões de carros das novas vendas em 2040. O valor é 90 vezes maior que o registrado em 2015. As baterias ficarão baratas em todos os lugares. Os veículos elétricos vão reduzir o custo das baterias de lítio-íon, aumentando a sua implantação em sistemas solares residenciais e comerciais. O total de armazenamento vai subir de 400MWh agora para quase 760GWh em 2040.

Haverá uma transição limitada de gás para fora dos Estados Unidos. O crescimento deverá chegar a apenas 3% de demanda em 2040 e o ápice acontece no ano de 2017. O carvão apresenta um retrato divergente ao redor do mundo. Enquanto na Europa a geração deve recuar na Europa em 2020 e nos Estados Unidos e na China em 2025, mas deve crescer 7% no mundo em virtude da demanda de países emergentes da Ásia e da África.

O relatório apresenta ainda que será preciso investimentos de US$ 5,3 trilhões em energia com zero emissão de carbono até 2040 para evitar que o CO2 na atmosfera atinja níveis acima do limite ‘seguro’ do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas de 450 partes por milhão será necessário.