Querendo exercer a liderança no setor, o Mato Grosso do Sul quer impulsionar a figura do Pequeno Produtor de Energia de Biomassa de Madeira para fomentar mais projetos que contemplem a fonte. O governo do estado prepara um programa de desenvolvimento através de incentivos fiscais com objetivo de aproveitar plantações de eucaliptos de até 30 hectares que não podem atender projetos de térmicas maiores, mas que se encaixariam nessa condição. "Acreditamos que temos uma grande oportunidade de geração de energia nas pequenas centrais de produção de biomassa", afirma Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do estado.
De acordo com o secretário, a ideia é que esse produtor de biomassa seja semelhante ao de uma Pequena Central Hidrelétrica e desenvolva projetos térmicos de até 5 MW usando biomassa de madeira. "Já estamos desenhando o projeto para ver que tipo de incentivo fiscal vamos dar”, avisa. Segundo ele, esse tipo de projeto encontraria mais facilidade em vender a energia diretamente no mercado do que se fosse inscrito em um leilão de energia do ambiente regulado.
O estado possui um mapeamento da produção de eucalipto, em que é possível identificar as propriedades aonde a madeira está plantada e se são próximas a linhas de transmissão, de modo que uma melhor localização dos projetos seja sugerida. Outro aspecto que Verruck espera ver transformado em vantagens para as Pequenas Centrais de Biomassa é que elas demandarão menos burocracia que as pequenas hídricas, que tem um período de licenciamento mais demorado e repleto de condicionante ambientais. "Essa dificuldade ele não teria", aponta.
No último leilão A-5, em que o estado teve 13 projetos inscritos que somavam 706 MW, foi comercializada a UTE Onça Pintada (50 MW), de propriedade da Eldorado Brasil Celulose. Em 2014 foi a vez da UTE Costa Rica (164 MW), da Yser Participações em Energias Renováveis. O secretário garante que mesmo com a criação do pequeno produtor, esses projetos maiores continuarão a ser bem recebidos no estado.