A Fundação Getúlio Vargas lançou nesta quarta-feira, 15 de junho, um caderno sobre Recursos Energéticos Distribuídos (RED). Além da geração distribuída, a publicação aborda ainda temas relacionados ao armazenamento de energia, eficiência energética e gerenciamento de demanda.

Na publicação são elencados desafios para a inserção dos RED, que passam pela regulação e modelo de negócios, tecnologias disponíveis e incentivos como financiamento, incentivos fiscais e políticas de incentivos. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica, Nelson Leite, afirmou que o sistema atual não é sustentável, porque os demais consumidores pagam pelos que deixaram de consumir energia da rede. Além disso, o modelo atual, segundo o executivo, traz prejuízos para as distribuidoras.

"Apresentamos um recurso na Aneel porque a agência não estabeleceu a tarifa binômia para os consumidores de baixa tensão ao revisar a resolução 482", disse Leite. A resolução fixa as regras para a micro e minigeração. Com isso, a Abradee entrou com um recurso na Agência Nacional de Energia Elétrica. "Já que não foi considerada a tarifa binômia e isso tem um impacto reconhecido para as distribuidoras, que pelo menos isso seja calculado em separado como um ativo regulatório para ser reconhecido pela distribuidora depois, no momento da revisão. Assim, a distribuidora não fica no prejuízo", contou.

Leite comentou que, por enquanto, esse impacto é mínimo, mas a tendência é que a geração distribuída aumente consideravelmente nos próximos anos. Segundo ele, a Aneel tinha uma previsão de que o país teria em torno de 620 mil unidades consumidoras em 2024, mas hoje, a própria agência já acredita que esse número ficará em torno de 1,2 milhão.