Operando desde setembro do ano passado na cidade de Paracatu, no estado de Pernambuco, o parque Fontes é a primeira planta híbrida do país. De propriedade da Enel Green Power, ele reúne o complexo eólico Fontes dos Ventos (80 MW) e o solar Fontes Solar (11 MW). Ter um parque com essas características em operação era uma expectativa de todo o setor, para que se pudesse avaliar o seu desempenho e as suas funcionalidades. De acordo com Luigi Parisi, o responsável pela Enel Green Power no país, o parque vem correspondendo ao esperado. O parque híbrido já gerou de forma integrada 277 GWh. "A planta está obtendo uma performance em linha com as expectativas", afirma.

O responsável pela empresa no Brasil conta que ao combinar duas tecnologias no mesmo local para criar a planta híbrida renovável, não só aumenta a geração de energia sem nenhuma emissão, mas também torna possível o uso de uma mesma infraestrutura. No caso, a subestação que foi construída para o parque eólico reduziu os custos e o impacto no meio ambiente ao ser usada para a planta solar.  "A combinação das duas fontes renováveis vai assegurar uma produção de energia mais estável e reduzir os efeitos das condições climáticas", avisa.

Para a empresa, ter um parque desse tipo é eficiente e a experiência poderia potencialmente ser aplicada em outras partes do Brasil. Para que haja êxito, é necessário que existam boas fontes de recursos de vento e sol, em especial em locais onde os recursos são essencialmente complementares, além de ter uma estrutura comum de conexão e a rede pronta para ser usada.

A Enel Green Power vem ocupando lugar de destaque nos últimos leilões de energia. A usina solar foi comercializada no leilão regional de Pernambuco, realizado em 2013. Já o parque eólico foi viabilizado no leilão A-3 de 2011. A empresa de origem italiana vem atuando em várias fontes de energia renovável no país, como PCH, eólica e solar. No leilão de relicitação, realizado no ano passado, ela arrematou as PCHs Mourão I (8 MW) e Paranapanema (32 MW).

A EGP também constrói no Mato Grosso o complexo hídrico Apiacás, de 102 MW. Ele é composto pelas PCHs Cabeça de Boi (30 MW), Da Fazenda (27 MW) e a UHE Apiacás (45 MW). Esse complexo também tem uma usina solar de 1,2 MW que está suprindo a demanda de energia do canteiro de obras. Após a implantação das hidrelétricas, a planta solar vai continuar a gerar, adicionando energia ao complexo hídrico.

Três funcionários são responsáveis pela operação da planta híbrida, aonde é necessário um trabalho integrado. O potencial eólico e solar dos parques permite uma expansão, mas a EGP não pensa nisso no momento. A prioridade da empresa é garantir a operação do parque híbrido.