A Canadian Solar considera expandir a sua produção local de módulos fotovoltaicos no país. Segundo o CEO da empresa, Shawn Qu, é possível que a companhia possa ampliar a produção que inicialmente está estimada em uma capacidade anual de 350 MW com início de operação para o mês de setembro. Essa perspectiva vem na esteira da possibilidade de crescimento da fonte solar fotovoltaica no país tanto em geração centralizada quanto na distribuída que serão atendidos por duas tecnologias diferentes.

“Esse é o nosso primeiro passo. Estamos investindo para iniciar a nossa operação em setembro. Olhamos para futuras expansões porque o Brasil tem uma meta de ter um grande volume de capacidade instalada até 2024. O país tem uma boa chance de se estabelecer como um dos top 5 em termos de energia solar no mundo mas isso depende ainda de outras condições como a cadeia de fornecimento e questões tributárias, questões que dependem do governo. Hoje o que eu posso dizer é que é possível que tenhamos uma expansão no futuro mas a decisão ainda não está tomada, primeiro vamos começar a produção”, afirmou o CEO, que é o fundador da Canadian Solar.
De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Canadian Solar no Brasil, Gustavo Vajda, inicialmente a produção está destinada a atender toda a demanda que a empresa tem para colocar em operação os cerca de 400 MWp em fazendas solares que a companhia arrematou em leilões no estado de Minas Gerais até o final de 2018. Essa é a maior parte do investimento de R$ 2,3 bilhões anunciado no país. Desse montante R$ 80 milhões serão dedicados à adaptação da fábrica da Flextronics, no município de Sorocaba. Além dessa demanda, explicou ele, a companhia ainda atenderá a necessidade de painéis por parte de outros empreendedores.
“Temos recebido ligações de diversos empreendedores interessados nos painéis que poderão ser financiados pelo BNDES. Demanda há no Brasil e nossa fábrica já iniciará a produção a pleno vapor com a demanda que há atualmente no país”, destacou ele. “Além disso, há os próximos leilões que não se sabe qual deverá ser o nível de contratação da fonte este ano devido à sobrecontratação das distribuidoras”, acrescentou.
Apesar da situação das concessionárias de distribuição, a Canadian aposta que o tanto o mercado brasileiro quanto o da América Latina como um todo deverá apresentar uma demanda significativa e crescente. Ele afirmou que a perspectiva é de que nos próximos 15 anos a demanda por energia na região possa dobrar quando comparado ao volume consumido atualmente e a maior parte dessa expansão será feita por meio de fontes renováveis.