A chinesa Canadian Solar oficializou nesta sexta-feira, 17 de junho, um investimento de R$ 80 milhões na fábrica da Flextronics, em Sorocaba (95 km de São Paulo) para a produção de painéis solares. A capacidade de produção é de 350 MWp ao ano e a previsão é de começar a operação ainda em setembro para atender a demanda da própria empresa com fazendas solares em Minas Gerais, que arrematou em leilões de energia de reserva da Aneel. O investimento total da empresa no país deverá rondar os R$ 2,3 bilhões com esses empreendimentos de geração de energia que deverão iniciar a operação entre 2017 e 2018.
Na fábrica, que segundo a Canadian promete ser a mais moderna da companhia no mundo, serão montados painéis com duas tecnologias distintas, uma é a policristalina para a geração distribuída e outra conhecida como Black Silicon, uma tecnologia que reduz a reflexão da radiação da luz e aumenta o seu aproveitamento na produção de energia. A perspectiva com o uso dessa tecnologia é promover maior eficiência na conversação da luz em energia.
De acordo com o gerente geral da Canadian no Brasil, Wladimir Janousek, a perspectiva é de que essa tecnologia eleve o fator de capacidade a 18%. “Atualmente estamos em 17,5% ou 17,6%, parece pouco o ganho, mas é grande, é preciso muito esforço para ter um ganho na eficiência do módulo”, afirmou ele após o evento de anúncio do investimento, realizado em São Paulo.
Em seu discurso, o CEO e fundador da Canadian, Shawn Qu afirmou que esse é o primeiro passo da companhia no país. Disse que a empresa poderá ampliar os aportes e que entre os alvos da empresa estão novos leilões de geração, bem como uma possível expansão da capacidade de produção local. Para ele a atual conjuntura política e econômica preocupa a empresa, mas afirmou que em uma análise cuidadosa acredita que o país irá se recuperar e que isso traz confiança no futuro de longo prazo por aqui.
Tanto é assim que a empresa afirma, sem revelar números, que tem um pipeline de projetos de geração preparados para entrar nos próximos leilões de energia de reserva. Projetos estes que serão atendidos, naturalmente, pela produção na fábrica da Flextronics. A meta da empresa é também recorrer ao máximo do Finame do BNDES que é de 80% dos itens financiáveis para colocar em construção esses empreendimentos de geração.
Segundo Nelson Falcão, diretor de desenvolvimento de Negócios da Flextronics Internacional, esse modelo de negócio para a empresa não é novo. Eles já produzem para outras empresas e ainda estão investindo para o fornecimento de trackers com uma aquisição no ano passado. E afirmou que ainda há espaço para outras empresas que se disponham a aportar no país da mesma forma que a Canadian optou.